O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), de Mogi das Cruzes se mostrou contrário à homologação do novo currículo escolar do Ensino Médio, aprovado na semana passada pelo Conselho Estadual da Educação e homologado na tarde de segunda-feira pelo secretário de Estado da Educação, Rossieli Soares. A medida valerá para todo o Alto Tietê a partir do próximo ano, quando será colocada em prática em todas as escolas.
O anúncio da homologação foi feito pelo governador João Doria (PSDB). O Estado de São Paulo é o primeiro do Brasil a elaborar a mudança determinado pela lei de reforma do Ensino Médio, sancionada em 2017 pelo então presidente da República, Michel Temer (MDB).
Para a professora militante da Apeoesp de Mogi, Inês Paz, este foi um momento impreciso para a aprovação e homologação do novo currículo. "Isso porque, agora se faz necessário pensar em como será feita a recuperação da defasagem de ensino dos alunos no próximo ano e não em mudanças curriculares", disse.
A professora filiada à Apeoesp explicou, ainda, que muitas escolas públicas não têm estrutura suficiente para seguir todas as medidas descritas no novo currículo do Ensino Médio. "O que as escolas vão fazer com os alunos que optarem por determinadas matérias formativas as quais não fecharem turmas? De quais formas elas vão organizar isto?", questionou a militante.
Na formação básica, os alunos terão os componentes curriculares divididos em áreas de conhecimento como linguagens e suas tecnologias (língua portuguesa, artes, educação física e língua estrangeira); matemática; ciências humanas e sociais aplicadas (história, geografia, filosofia e sociologia); e ciências da natureza e suas tecnologias (biologia, química e física).
Na carga horária referente aos itinerários formativos, o estudante precisa escolher uma ou duas áreas de conhecimento da formação geral para aprofundar seus estudos, ou ainda, a formação técnica e profissional para se especializar. O novo currículo terá 12 opções de cursos e permitirá aos alunos escolher as disciplinas com as que mais se identifiquem. A previsão é de que o currículo seja implementado progressivamente aos alunos da 1º série do ensino médio em 2021. Em 2022, para os estudantes da 2º série, e consequentemente, para a 3ª série no ano de 2023.