Os números comparativos entre a administração da Instituição Pró-Saúde com a atual gestora do Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC), a Fundação ABC, evidenciam aumento de 100% nas cirurgias realizadas em setembro, quando, em 2018, 113 procedimentos foram realizados e, neste ano, 246.
O levantamento foi apresentado a 15 vereadores que estiveram na noite de ontem em reunião com representantes da nova gestora, no intuito de cobrar melhorias no atendimento hoje prestado à população. Durante o encontro, os parlamentares se mostraram surpresos ao serem avisados que o HMMC não estava realizando atendimentos de ginecologia, clinica médica e cardiologia, como sempre foi feito, devido a uma recomendação do Ministério da Saúde de que tais serviços sejam remanejados para unidades médicas distintas das características do hospital de Braz Cubas, fato noticiado pelo Mogi News por diversas vezes.
Um ponto apresentado pela equipe da Fundação ABC e reforçado pelo secretário municipal de Saúde, Francisco Moacir Bezerra Filho, o Chico Bezerra, diz respeito a difícil transição entre as Organizações Sociais (OSs), devido às condições deixadas pela Pró-Saúde.
"Nós tivemos dificuldade em relação aos dados oficiais do processo, não houve uma transição como é corriqueiro num processo desse. Dados de agendamento de ambulatório, por exemplo, estavam bloqueados", disse Heloisa Molinari Calderon Nascimento, diretora-geral do hospital municipal, corroborando com os documentos anteriormente apresentados pelo chefe da pasta municipal que afirmavam que a Pró-Saúde apagou arquivos, ocultou documentos e deixou de disponibilizar insumos importantes para os atendimentos.
Por parte dos vereadores, alguns questionamentos, como o feito por Protássio Nogueira (PSD), se referindo à espera que os pacientes tinham para procedimentos cirúrgicos, além de algumas sugestões, como a feita por Cuco Pereira (PSDB) solicitando alterações na lei que rege o funcionamento das OS em suas obrigações.
O mais incisivo em sua fala foi o vereador Antonio Lino (PSD) que fez duras críticas - e cobranças - ao trabalho realizado pela Fundação ABC. "Depois que a fundação (ABC) assumiu, as reclamações aumentaram, tínhamos um padrão muito alto. Me desculpe, a fundação mas já sabia o pepino que ia encontrar. Leva aos diretores que aqui não tem brincadeira, aqui a coisa é séria", disse o parlamentar, afirmando que vai intensificar a fiscalização dos trabalhos realizados pela gestora.
Sem direitos
Outro tema abordado durante a reunião foi a situação dos mais de 400 funcionários que não receberam suas verbas rescisórias no fim do contrato com a Pró-Saúde. A Justiça do Trabalho deve se posicionar sobre o assunto no próximo dia 18, quando ocorre o julgamento das ações trabalhistas.