A lotação da Maternidade da Santa Casa de Mogi das Cruzes ainda preocupa a cidade, especialmente pelo excedente de bebês na UTI Neonatal, um dos setores mais sensíveis do hospital. Para o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, o vereador Francisco Moacir Bezerra de Melo Filho (PSB), o Chico Bezerra, a Prefeitura e o Legislativo precisam pressionar o governo do Estado para garantir custeio para ampliação do serviço. Bezerra, que também atua como médico da Santa Casa, informou que a maternidade ficou fechada entre terça-feira e parte do dia de ontem.
Na próxima semana Bezerra se reunirá com o prefeito Marcus Melo (PSDB) para discutir o problema da superlotação na Santa Casa. O vereador afirmou que o número de gestantes internadas apresentou uma queda, mas que ainda opera no limite. Para ele, a questão mais sensível é a UTI Neonatal.
De acordo com o vereador, é necessário mostrar a situação que a maternidade enfrenta ao governo do Estado para conquistar recursos para o custeio da ampliação do atendimento das gestantes. "Vou conversar com o prefeito sobre a necessidade de tomarmos uma decisão urgente junto à Secretaria de Estado da Saúde para que ela repasse esse recurso para Mogi. Apresentaremos ao Estado a realidade, que tenho certeza que eles estão acompanhando", destacou.
O presidente justificou que o número de leitos da maternidade precisa ser ampliado em decorrência do aumento populacional de Mogi, da vinda de gestantes de outras cidades e a da redução das pessoas que possuem plano de saúde. Atualmente, a Santa Casa conta com 38 leitos para gestantes e nove de UTI Neonatal.
No auge da superlotação, na semana passada, o hospital chegou a receber 71 pacientes e o setor de ortopedia teve que ser adaptado para atender a demanda. "Nosso problema hoje é a UTI Neonatal que está com oito crianças. A tendência da Maternidade da Santa Casa, principalmente nos últimos meses, é justamente de superlotação, porque muitas gestantes de outras cidades vêm para se tratarem na maternidade de Mogi. A de Itaquaquecetuba sempre fecha quando chega no limite e Ferraz de Vasconcelos sofre com a falta de profissionais. Hoje, entre 20% e 25% das pacientes são de outras cidades, o que superlota nosso hospital", ressaltou.
Para Bezerra, é necessário construir pelo menos mais 20 leitos na maternidade com leitos para a UTI Neonatal. Ele ressaltou que a Santa Casa oferece um serviço de alta qualidade aos pacientes e se esforça para atender as gestantes que procuram o hospital. "Como médico é muito difícil ver uma pessoa da nossa cidade chegar na maternidade em trabalho de parto e dizer que ela tem que ganhar bebê em outra cidade", disse.
'Mãe Mogiana'
Bezerra destacou que a Prefeitura tem investido em equipamentos e no pré-natal das gestantes. "Temos o Programa 'Mãe Mogiana' que realiza cerca de 2 mil pré-natais por mês. Já estou conversando com a Prefeitura para criar mais duas estruturas como essa. Assim, tiramos as grávidas dos postos de saúde e encaminhamos para um local especializado".