A Flotilha Global Sumud emitiu alerta na madrugada de hoje para a informar que navios não identificados se aproximaram dos vários barcos que compõem o grupo, em águas internacionais onde Israel interceptou outras embarcações. "Embarcações não identificadas se aproximaram de vários barcos da flotilha, algumas com as luzes apagadas", anunciou a flotilha, na plataforma de mensagens Telegram às 3h30 (hora local). "Os participantes aplicaram protocolos de segurança em preparação para uma interceptação", mas, entretanto, "as embarcações já abandonaram a flotilha", acrescentou a organização. "Continuamos a navegar para Gaza, aproximando-nos da marca das 120 milhas náuticas [220 quilômetros], perto da área onde as flotilhas anteriores foram interceptadas e/ou atacadas", disse a mensagem. O grupo, composto por mais de 50 embarcações, já tinha mencionado um "aumento da atividade de drones' a sobrevoar os barcos. A Marinha israelense disse estar pronta para interceptar a Flotilha Global Sumud. Fontes militares informaram à estação pública israelense Kan que a Marinha de Israel planeja transferir os ativistas para um grande navio militar e rebocar as embarcações para o porto de Ashdod, com a possibilidade de algumas serem afundadas no mar. Israel tem reiterado que não permitirá a entrada da flotilha nas águas de Gaza, mantendo o bloqueio imposto ao enclave palestino. O governo reiterou nessa terça-feira o apelo aos ativistas a bordo da flotilha que pretende levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza para que se mantenham em águas internacionais, alertando para “riscos muito sérios”. “Dada a informação disponível sobre a localização atual da flotilha, fazemos um novo apelo para que não deixem as águas internacionais; sair desse espaço comporta riscos muito sérios de que certamente estão cientes”, escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, à líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, à atriz Sofia Aparício e ao ativista Miguel Duarte. “Sem pôr em causa o respeito pela autonomia individual, deixamos este novo apelo e recordamos que há disponibilidade efetiva para fazer chegar a ajuda humanitária que transportam a Gaza por meio do Chipre”, insistiu o governo. A proposta, anunciada pela Itália e que teria a colaboração da Igreja Católica, já foi rejeitada pelos ativistas, que afirmam querer romper o bloqueio israelense ao enclave palestino. A Global Sumud é considerada a maior flotilha humanitária organizada até o momento. A guerra em Gaza foi desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns. A retaliação de Israel já deixou mais de 66 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e o deslocamento forçado de milhares de pessoas. Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 400 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas Grécia vai garantir navegação segura da flotilha de Gaza em suas águas Brasil condena ataque israelense contra flotilha a caminho de Gaza