O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (23), que a América Latina e o Caribe vivem um momento de crescente polarização e instabilidade.  “Manter a região como zona de paz sempre foi e é a nossa prioridade”, defendeu no discurso na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Lula lembrou que a América Latina é um continente livre de armas de destruição em massa e sem conflitos étnicos ou religiosos.  “É preocupante a equiparação entre a criminalidade e o terrorismo. A forma mais eficaz de combater o tráfico de drogas é a cooperação para reprimir a lavagem de dinheiro e limitar o comércio de armas”, disse. “Usar força letal em situações que não constituem conflitos armados equivale a executar pessoas sem julgamento. Outras partes do planeta já testemunharam intervenções que causaram danos maiores do que se pretendia evitar, com graves consequências humanitárias”, alertou. Na ONU, o presidente citou ainda que a via do diálogo não deve estar fechada na Venezuela e que o Haiti deve ter direito a um futuro livre de violência. Lula ainda classificou como inadmissível que Cuba seja listada como país que patrocina o terrorismo. Crise militar O governo Donald Trump vem deslocando navios e um submarino militares para a costa venezuelana, sob o argumento do “combate às drogas”, enquanto acusa o governo de Nicolas Maduro de liderar um cartel narcotraficante. Maduro rejeita as acusações e diz que Washington usa esse argumento para promover uma “troca de regime” do país sul-americano, dono das maiores reservas de petróleo do mundo. Especialistas consultados pela Agência Brasil rejeitaram chamar a Venezuela de “narcoestado”, como diz o governo Trump.  Relacionadas Trump diz ter "química" com Lula e anuncia encontro bilateral Lula critica sanções e diz que Brasil resiste na defesa da democracia Lula afirma que soberania é inegociável e repudia falsos patriotas