Mais de 60 baleias-jubarte foram avistadas na costa fluminense, nos últimos dois meses. O litoral do Rio de Janeiro é um corredor migratório, por onde passam anualmente animais dessa espécie, nos meses de junho e julho. Elas vêm da Antártica em direção às áreas de reprodução e cria de filhotes, no Nordeste brasileiro.
O corredor migratório tornou-se objeto de estudo, desde o ano passado, do Projeto Ilhas do Rio, que já monitora os cetáceos há mais de uma década, na região do Monumento Natural das Ilhas Cagarras (Mona Cagarras) e em seu entorno.
Segundo a coordenadora de pesquisa dos cetáceos do Projeto Ilhas do Rio, Liliane Lodi, o número de ocorrências dessas baleias no Rio de Janeiro vem aumentando ano após ano.
“É uma tendência, porque a população de baleias-jubarte em todo o hemisfério sul está crescendo. Isso tem sido observado no Brasil e na Austrália, com o fim da caça comercial. A população está voltando a se recuperar e o número de baleias tem aumentado”.
Filhote
As expedições realizadas em alto mar pela equipe conduzida pelo Instituto Mar Adentro registram a fila de jubartes rumo à Região Nordeste e confirmam a presença da espécie no litoral carioca.
Nas últimas semanas, para surpresa da coordenadora Liliane Lodi, foi feito um registro inédito na área do Mona Cagarras: uma jubarte com um filhote recém-nascido, que recebeu o nome de Heloisa, em homenagem à Garota de Ipanema, Heloisa Pinheiro.
De acordo com Liliane, não é possível identificar o sexo dos filhotes e, por esse motivo, o nome escolhido pelos pesquisadores é uma mera brincadeira: “é uma brincadeira que os pesquisadores fazem para batizar os animais”.
Liliane destacou que o nascimento de uma jubarte em águas cariocas é um indicativo de que a costa fluminense pode vir a ser uma área de reprodução e cria dessa espécie de cetáceos, assim como Abrolhos, na Bahia.