Quando visitei na Espanha, o Valle de Los Caídos, no município de El Escorial, pude ver o monumental memorial erguido para preservar, principalmente, o culto à personalidade do maior ditador espanhol, Francisco Franco. Quando adentrei a basílica escavada, por ordem de Franco, dentro da rocha, para enterrar os 33.872 combatentes nacionalistas mortos na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), quase não acreditei ao olhar a grandiosidade da obra construída dentro da montanha, e pus-me a caminhar pela extensa nave daquele templo peculiar até me aproximar da frente do altar, onde se acha uma lápide iluminada por um raio de luz que vem através da cruz que está no alto da colina. Nela está inscrito o nome de Francisco Franco, enterrado ali pelo desejo de perpetuar sua memória.
O homem natural não se cansa de cultuar a si mesmo, numa constante busca para ser glorificado como Deus. Destacados pregadores na tevê, que atraem grandes auditórios, como Silas Malafaia, Samuel Ferreira, R.R. Soares e outros, nos fazem pensar se a quantidade de aplausos que recebem durante a pregação são para eles ou para Jesus, ou para ambos, e se também não poderia haver o risco de aumentar neles o eu da vaidade que anda de braço dado com o culto à personalidade?
Deus queira que não, porque, infelizmente, alguns caíram da fé e, hoje, servem de escândalo! R.R.Soares pede ao seu auditório: "Palmas para Jesus!", e que assim seja! Os muitos aplausos podem substituir a humildade pela soberba. O conceituado tele-evangelista norte americano Jimmy Swaggart, dos anos 1980, ao chegar ao portão principal do estádio, onde realizaria a conferência, vendo muitos impedidos de entrar devido à lotação, falou aos porteiros: "Deixem entrar todos, pois sem mim perderão a salvação!" A sua missão era apenas pregar, a salvação é pela fé na cruz de Cristo. Pouco tempo depois, sua queda ocorreu ao ser flagrado, entrando num motel com uma prostituta. Em Isaias 48:11, Deus afirma: "...A minha glória, não dou a outrem".