Não é de hoje que o Ensino Médio se encontra no centro dos debates quando o assunto é referente a reformas emergenciais na Educação. Este ciclo é considerado um dos mais emblemáticos do ensino brasileiro, uma vez que ainda uma minoria, de fato, chega a concluir esta etapa de suma importância.
Este é um período em que se orienta os jovens para o mercado de trabalho, preparando-os para exercer suas futuras carreiras e direcionando-os para conquistar o mundo afora de acordo com as suas habilidades e competências. No entanto, os dados mostram que a evasão escolar neste estágio ainda é preocupante. Para se ter uma ideia, em uma nação que possui 17 milhões de jovens na faixa etária de 15 a 19 anos, aproximadamente 1,5 milhão deles ainda estão fora da escola.
Para reverter este cenário, repensar o Ensino Médio é uma das missões do Ministério da Educação. E, segundo educadores em geral, as reformulações visam, em primeiro lugar, atender à terceira meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que diz respeito especificamente a esta etapa do ensino. Em vigência desde 2014, o documento possui 20 itens, cada um direcionado a um aspecto da Educação, e os objetivos traçados a todos eles devem ser cumpridos até 2024. Para o Ensino Médio, a missão é ampliar o acesso a esta etapa de aprendizado ao instituir que 85% dos jovens de 15 a 17 anos estejam devidamente matriculados nesse ciclo escolar até 2024.
Dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE) revela um crescimento consistente de matrículas desde 2001, chegando a 62,7% de jovens matriculados em 2015. No entanto, este mesmo relatório destaca que apenas 58,5% deles concluiram, de fato, o Ensino Médio até aquele ano.
Não se pode negar que as matrículas ampliaram. Desde 2009, houve um aumento de 7,8 pontos percentuais. No entanto, o ritmo deste crescimento ao longo destes anos não é considerado favorável para se alcançar a meta dos 85% matriculados até 2014.