É quase paradoxal como a megalópole vibrante de Tóquio fica ao lado de um vulcão tão adormecido que está sempre coberto de neve no topo. Os prédios altos da capital japonesa até parecem peças de lego quando comparados ao Monte Fuji, a montanha mais alta do Japão (3.776 metros), que rouba a cena ao fundo da cidade.
Chamado carinhosamente de Fujisan pelos japoneses, o vulcão (cuja última erupção foi em 1707) fica no Parque Nacional Fuji-Hakone-Izu, entre as cidades de Yamanashi e Shizuoka. Basta um dia livre no roteiro para sair da efervescência dacosmopolita Tóquio para ver de perto o Monte Fuji e desfrutar da vista de um dos cinco lagos que ficam ao redor da montanha. O passeio com agências de turismo custa a partir de 14 mil yenes para adultos (R$ 353) e 7 mil yenes para crianças (R$ 176), com passagem pelo lago Ashi, em Hakone, e volta de trem-bala. Os ônibus das agências passam nos principais hotéis de Tóquio. O ponto de partida desse passeio é o Terminal de Ônibus de Hamamatsucho (onde há também uma estação de metrô), em Tóquio. Mas é possível ir de trem expresso ou ônibus, fora dos pacotes, saindo da Estação Shinjuku, no centro. O desembarque, nesse caso, deve ser na Estação Kawaguchiko, próximo ao lago Kawaguchi. A viagem leva cerca de duas horas. Estar com um grupo menor, fora dos pacotes, pode ser uma alternativa à rigidez de horário dos guias japoneses. Nos pacotes, ai de você se chegar às 12h13 quando o combinado era 12h12. Para quem quer guardar uma lembrança do vulcão, o Centro de Visitação do Monte Fuji tem um observatório e lojas de souvenirs. Em dias com boa visibilidade é possível ir até a quinta estação, a 2.305 metros acima do nível do mar (o monte é dividido em nove estações turísticas, mais o topo da montanha).
A melhor forma de observar o icônico cartão-postal japonês, porém, é pelo lago Ashi, em Hakone. Vale a pena contratar um dos pequenos cruzeiros que levam os turistas de uma ponta do Monte Fuji a uma estação de bondinho, que dá acesso ao Monte Komagatake, em Hakone. Se você estiver no grupo dos que contrataram um pacote via agência de turismo, não se preocupe: esse trecho estará incluído. A subida a 1.327 metros acima do nível do mar leva apenas sete minutos de pura contemplação (torça para o dia estar ensolarado). Para levar os turistas ao topo em segurança, são 1,8 mil metros de extensão de cordas. Do alto, observa-se um Monte Fuji quase bucólico, atrás do lago e das cerejeiras que explodem em flores em meados de abril, totalmente diferente daquele gigante pacífico que fica no fundo de Tóquio.
Perto dos lagos ele é imponente, dominante na paisagem. É preciso alguma sorte, contudo, para encontrar um dia com boa visibilidade (o que não foi meu caso). Frequentemente, ele fica escondido atrás de nuvens - as melhores chances de encontrá-lo límpido é logo pela manhã, no outono. Já os adeptos da escalada preferem visitá-lo no verão.
A temporada oficial vai de 1.º de julho a 1.º de agosto e, no resto do ano, algumas trilhas permanecem fechadas. Para chegar ao topo, são aproximadamente sete horas de caminhada em um trajeto recomendado apenas para os mais experientes - há refúgios para se abrigar, mas é recomendável fazer reserva. Nessa época, há a opção de pegar um ônibus direto de Tóquio para a quinta estação da montanha.