Neste Dia do Reciclador e da Reciclagem, celebrado neste sábado(22), destaque para a Prefeitura de Mogi das Cruzes, que deve iniciar, nos próximos meses, um conjunto de ações previstas na revisão do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS). Entre as medidas estão a modernização da Central de Triagem e o cadastramento de catadores autônomos. Até 2023, menos de 3% do resíduo gerado no município era reciclado — índice abaixo da média nacional, de 6%, segundo o diretor de Sustentabilidade da Prefeitura, Ricardo Moscatelli, que ressalta também o importante papel das empresas recicladoras. 

A revisão do plano municipal, segundo Moscatelli, reúne metas que modernizam a gestão de resíduos da cidade, desatualizada desde 2013. Entre elas, ele destaca ainda a redução do rejeito encaminhado ao aterro sanitário, o aumento das taxas de reciclagem, a meta de reduzir o rejeito na triagem em quatro anos, o fortalecimento da logística reversa, da educação ambiental e do uso de tecnologia. A expectativa é que o novo plano, apresentado aos vereadores em agosto, entre em vigor neste ano, após ser aprovado pela Câmara de Mogi. 

Na avaliação dele, o Dia do Reciclador é um momento de reflexão sobre o cuidado ambiental e reforça a importância do trabalho dos catadores de recicláveis: “São pessoas que exercem um papel muito importante, acaba retirando das ruas muita coisa que poderia ir para os bueiros ou para o aterro e coloca de volta no ciclo produtivo”. 

Destaque também para o trabalho desenvolvidos no ecopontos, localizados em Jundiapeba, Cezar de Souza, Parque Olímpico e Jardim Armênia,. Eles devem contribuir para o aumento do percentual de resíduo reciclado na cidade, atualmente em 3%. "Esse numero é de 2024 e está bem abaixo, a média nacional é de 6%. Eu entendo que em 2025 deve subir, aumentamos muito em coleta de gesso e de madeira", disse, destacando que os ecopontos passaram a receber gesso e drywall que antes eram enviados para aterros. 

Moscatelli reforçar o pedido de colaboração da população para a coleta seletiva: “Pedimos que a população se atente e passe ao menos uma água, por exemplo, em embalagens, isso ajuda muito. Não precisa lavar, mas uma garrafa PET, por exemplo, passar uma água para tirar o resíduo do cheiro; embalagem de leite, pote de margarina, é muito importante retirar o resíduo. Mandar o máximo limpo — tanto em respeito às pessoas que vão lidar com isso depois, como porque o material limpo é até cinco vezes mais valoroso para a reciclagem”, diz.

Novidades

O cadastramento de catadores autônomos é um dos eixos do plano. Moscatelli explica que o município já possui, na plataforma Colab, um sistema preparado para registrar esses profissionais.  “A gente contemplou uma maior humanização para tratar dos catadores de recicláveis. Com o cadastro, a gente pode saber o volume, as regiões em que atuam e também associá-los, se for do interesse deles, a programas sociais”, disse. 

A Central de Triagem deve ser modernizada, e já recebeu melhorias da Recibras — cooperativa contratada pela Prefeitura. Atualmente, segundo ele, o material da coleta seletiva é depositado na mesa de triagem, e as catadoras (90% são mulheres) separam todos os tipos de recicláveis. Para nova unidade, com maior capacidade, o município conseguiu recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), com contrapartida municipal. A expectativa é que a obra tenha início no próximo ano. 

Moscatelli afirma ainda  que o município deve implantar, em breve, um pátio piloto de compostagem pública, começando com as podas das árvores, e depois incluindo outros itens, como resíduos orgânicos de feiras. O projeto já tem área destina e está em análise na Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). 

Outra iniciativa em fase de implantação é a moeda social da reciclagem de Mogi. “A gente já tem o espaço físico pronto na Secretaria de Meio Ambiente, que chamamos de 'lojinha do bem'. É um lugar onde as pessoas vão poder trocar recicláveis pela moeda reciclo social e depois por produtos”, disse o diretor. O decreto regulatório da iniciativa está em elaboração e segue medidas adotadas por outras cidades da região.  

Empresas

O diretor também reforça a importância de empresas recicladoras e daquelas que desenvolvem trabalhos voltados para o reaproveitamento de resíduos. “É fundamental o trabalho dessas empresas. É super necessário que utilizem cada vez mais material reciclável, justamente para não ter que retirar do meio ambiente e fomenta a economia circular no sentido circular", conclui.