Preservar as edificações antigas em Mogi das Cruzes é uma tarefa urgente e essencial, que enfrenta desafios significativos, especialmente no centro histórico. A crescente pressão para substituir construções antigas por novas estruturas está ameaçando a integridade e a identidade cultural da cidade. Proprietários frequentemente optam por demolir em vez de restaurar, atraídos pela promessa de modernização e maior rentabilidade. No entanto, essa prática não apenas apaga a história, mas também compromete o caráter único da cidade. 

Embora já existam incentivos de isenção de impostos, os edifícios devem ser tombados para se qualificarem. No entanto, a maioria das edificações não possui documentos de propriedade, o que prejudica o processo de tombamento e os benefícios que a atual lei favorece. Além disso, a mão de obra para restauro, além de ser cara, é muito difícil de encontrar profissionais qualificados. A falta de incentivos fiscais efetivos é um obstáculo crítico para a preservação. 

Os benefícios prometidos muitas vezes não correspondem às necessidades reais dos proprietários, tornando a restauração financeiramente inviável. É imperativo que políticas públicas sejam revisadas e aprimoradas, oferecendo incentivos fiscais tangíveis e acessíveis que realmente facilitem a manutenção dessas estruturas históricas. Isso pode incluir isenções de impostos, subsídios diretos para restauração ou linhas de crédito especiais. 

A Secretaria de Cultura de Mogi das Cruzes tem um Programa Oficina Escola de Patrimônio, Artes e Ofícios (POEP) que vem capacitando vulneráveis para trabalhar com restauro. Esta iniciativa é crucial para formar profissionais qualificados e garantir que a mão de obra necessária esteja disponível para a restauração das edificações históricas. 

Além disso, a preservação de edificações antigas pode trazer benefícios que vão além do financeiro. Elas são ativos culturais que enriquecem a paisagem urbana, atraindo turistas e promovendo o desenvolvimento econômico local. O turismo cultural é uma fonte sustentável de receita, que pode ser significativamente ampliada com a conservação adequada do patrimônio histórico. 

A integração desordenada de novas construções no centro histórico não apenas destoa visualmente, mas também dilui o valor cultural e estético da área. É crucial implementar regulamentos urbanísticos que protejam essas zonas, garantindo que qualquer desenvolvimento novo respeite a escala, o estilo e o contexto histórico existente. 

Preservar as edificações antigas de Mogi das Cruzes é mais do que uma questão de manter o passado; é uma estratégia para assegurar um futuro vibrante e culturalmente rico. Ao investir na preservação, a cidade fortalece sua identidade, promove o turismo e cria um ambiente urbano mais coeso e atraente. É um chamado à ação para todos os envolvidos, desde proprietários e gestores públicos até a comunidade em geral, para que juntos possamos proteger e valorizar nosso patrimônio coletivo. 

A preservação do patrimônio histórico de Mogi das Cruzes enfrenta uma série de desafios, mas também oferece uma gama de oportunidades. A conscientização sobre a importância dessas edificações é fundamental para mobilizar esforços e recursos. Campanhas educativas e parcerias com organizações de preservação podem ajudar a sensibilizar a população e os proprietários sobre o valor histórico e cultural dessas construções. 

Além disso, a criação de um fundo de preservação, alimentado por doações, patrocinadores e recursos públicos, pode fornecer o suporte financeiro necessário para projetos de restauração. A colaboração entre o setor público e privado é essencial para desenvolver soluções inovadoras e sustentáveis que garantam a preservação do patrimônio histórico. 

Em última análise, a preservação das edificações antigas de Mogi das Cruzes é uma responsabilidade coletiva. É necessário um esforço conjunto para proteger e valorizar essas estruturas, garantindo que as futuras gerações possam desfrutar de um ambiente urbano rico em história e cultura. A ação imediata e coordenada é crucial para evitar a perda irreparável do patrimônio histórico da cidade, assegurando que Mogi das Cruzes continue a ser um testemunho vivo de seu passado vibrante e culturalmente significativo.