Estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram uma curva de crescimento no número de casamentos na cidade de Mogi das Cruzes desde 2020, quando os eventos foram mais impactados pela pandemia do coronavírus. As cerimônias matrimoniais aquecem um amplo mercado de serviços e, mais recentemente, também estão fazendo aumentar a busca pelos procedimentos de Harmonização Orofacial (HOF) nos consultórios odontológicos que oferecem os atendimentos especializados nessa área. A procura aumenta significativamente nessa época do ano, já que maio é o mês das noivas e registra alto número de casamentos.
“Os procedimentos de Harmonização Orofacial são muito procurados para grandes festas e eventos, sendo que o mês de maio se destaca como um dos períodos do ano com maior aumento de demanda. Ainda não existem estatísticas oficiais que nos forneçam dados concretos sobre o crescimento dos procedimentos, mas os cirurgiões-dentistas percebem haver maior número de pacientes que buscam os consultórios em razão dos casamentos”, destaca o vice-presidente da APCD-RCM, Alexandre Balbi.
Estatísticas do IBGE mostram que os casamentos estão em crescimento em Mogi das Cruzes. Em 2020, foram 2351 registros; em 2021, foram 2616; e 2022, ano com os dados mais recentes divulgados, foram 2815. O impacto desse crescimento chegou aos consultórios odontológicos, sendo que, entre os principais tratamentos realizados, estão a aplicação de toxina botulínica, preenchedores e bioestimuladores de colágeno. Os procedimentos sâo minimamente invasivos e de rápida recuperação, o que possibilita ao paciente buscar pelo atendimento pouco tempo antes do evento.
“Hoje em dia, noivas, mães e madrinhas buscam não apenas um figurino bonito, mas também querem realizar os procedimentos de harmonização para que todo o visual esteja perfeito no dia do casamento. E uma informação interessante é que, cada vez mais, estamos notando a presença de homens nos consultórios. Alguns pacientes chegam encaminhados pelos próprios estilistas ou promoters dos casamentos”, destaca o cirurgião-dentista Fabiano Vasconcelos, coordenador da pós-graduação de Harmonização Orofacial da APCD Regional Mogi das Cruzes.
HOF no Alto Tietê
A especialização em Harmonização Orofacial é relativamente jovem, com cinco anos de regulamentação pelo Conselho Federal de Odontologia. De acordo com as estatísticas do CFO, o número de cirurgiões-dentistas especializados em estética facial no país passou de 866 profissionais em janeiro de 2022 para 2,6 mil no começo deste ano, o que representa um aumento de 200% em dois anos.
Levantamento realizado pela APCD-RMC (Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas Regional Mogi das Cruzes) junto aos registros do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) mostra que, na região do Alto Tietê, Mogi das Cruzes se destaca como a cidade com maior número de cirurgiões-dentistas especializados nessa área. Os dados do CROSP apontam que Mogi possui um total de 12 cirurgiões-dentistas especialistas em HOF.
Nas demais cidades da região, o número de especialistas em HOF ainda é baixo, com dois profissionais registrados em Itaquaquecetuba, dois em Poá, um em Santa Isabel e um em Suzano. No total, portanto, são 18 especialistas na região.
“A tendência é que esse número cresça nos próximos anos, uma vez que os cursos de pós-graduação possuem, em média, dois anos de duração. Para se ter uma ideia, neste momento, a APCD Regional de Mogi das Cruzes possui um total de 14 cirurgiões-dentistas cursando a especialização em HOF. Eles poderão ingressar no mercado assim que concluírem o curso e tirarem os registros de especialistas junto ao CFO”, destaca Alexandre Balbi.
O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo orienta que só pode se apresentar como Especialista em Harmonização Orofacial os cirurgiões-dentistas que realizaram a pós-graduação em instituição credenciada pelo MEC e reconhecida pelo CFO e que, posteriormente, tiveram o registro da especialidade emitido pelo conselho. Está passível de infringir o Código de Ética Odontológica o profissional que se autointitular sem ter sido qualificado diante das normas que regem a profissão, uma vez o que pode causar danos à população.
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