O amor de mãe supera barreiras e desafios, sejam eles de saúde, de tempo ou de qualquer natureza. Como fortalezas, elas se colocam de lado, reprogramam suas vidas, fazem o impossível para garantir a segurança, o bem-estar e a qualidade de vida dos filhos, como é o caso da designer gráfica Jéssica Cristina de Souza, mãe da pequena Ana Clara, de 8 anos, diagnosticada com "Osteogeneses imperfecta grau 3", ou doença dos ossos de vidro, como também é conhecida.

A descoberta da patologia da filha mudou para sempre a vida de Jéssica, que relembrou seu nascimento, os cuidados que precisou adotar e o risco apontado por alguns médicos de não vê-la crescer. "Tive uma gestação normal , mas aos 5 meses eu descobri em uma ultrassom que os membros inferiores dela estavam encurvados e menores que o tamanho normal. Somente após o nascimento que tivemos a comprovação real da doença. Receber a notícia foi algo impactante é inesquecível, mas não de uma boa forma. Por não conhecer sobre a doença, fui até o Google pesquisar é só vi coisas ruins. Os médicos diziam que minha filha não chegaria a adolescência, não teria uma qualidade de vida, viveria em hospitais por conta das fraturas, mas graças a Deus nunca foi assim. Clara nasceu com múltiplas fraturas que ocorreram ainda no útero, porém ela teve poucas ao longos desses 8 anos de vida", relatou.

Para garantir a segurança da filha, a designer precisou tomar medidas drásticas, como não deixar qualquer pessoa pegar, dar banho ou trocar as fraldas da pequena até os dois anos de idade. "Os cuidados dela em casa sempre foram bem rígidos, somente eu trocava. Depois desse período mais crítico tive muita ajuda da minha sogra, que cuidava da minha filha como uma mãe. Infelizmente hoje ela não está mais conosco, mas foi umas das pessoas mais importantes nessa fase. Ela foi fundamental na criação dos meus filhos", relembrou Jéssica, que também é mãe de Joaquim, de 5 anos. 

Para dar conta dos dois filhos, Jéssica hoje trabalha em casa e conta com a ajuda do ex-marido. Segundo ela, mais do que o cansaço físico, manter a controle emocional é o maior desafio. "O peso maior sempre foi o psicológico mesmo. O início da vida escolar da Clara foi bem difícil, tinha o medo de como as pessoas iriam reagir ao ver uma criança deficiente e tão diferente das outras. Já sofri alguns preconceitos por conta da patologia dela, mas o mais difícil é se sentir incapaz ao ver sua filha machucada ou morrendo de dor", destacou.

Mesmo abrindo mão de muita coisa, como a faculdade que cursava, Jéssica sabe a importância da maternidade em sua vida: "Ser mãe pode ser lindo, solitário, intenso, difícil. E é para sempre".

 

 Sempre alertas e juntos

Dia das Mães
Dia das Mães - Reprodução

Se o escotismo pode ser considerado um modo de vida, a família da suzanense Giovana Ferronatto Moreno decidiu vivê-lo da forma mais completa possível. Ela é diretora presidente do Grupo Escoteiro Suzano - 37/SP, e seus dois filhos, além do marido, são escoteiros e, juntos, compartilham dos princípios, ensinamentos, atividades, vivências e experiências que o movimento proporciona para crianças, jovens e adultos do mundo todo.

A relação da família com o escotismo começou há mais de dez anos, quando o filho mais velho, Henrique, hoje com 20 anos, se interessou pelo movimento ao ver o grupo reunido no Parque Municipal Max Feffer. "Ele quis participar e entrou como lobinho, que é o primeiro ramo do movimento. A gente ia levar ele para a atividade toda semana e começamos a ajudar como pais de apoio. Nossa entrada foi um processo natural, porque você quer estar perto do filho, participar e assim eu e meu marido nos tornamos chefes", relembrou.

O chefe escoteiro é responsável pela liderança da equipe de escotistas de uma Tropa Escoteira. Ele é responsável por coordenar todas as tarefas educativas, cuidando da aplicação do Método Escoteiro. "Como chefe, pude acampar muitas vezes com os meus filhos e sempre foi muito bom, porque eu estava perto deles, vivendo coisas e experiências que só um escoteiro tem", destacou.

Giovana, que também é mãe da adolescente Fernanda, de 15 anos, hoje acompanha a filha nas atividades e acampamentos do tropa sénior, que recebe adolescentes de 15 a 17 anos. "É diferente porque estamos sempre juntas, mas sei também que às vezes ela fica meio irritada, porque sou a única mãe que vai junto, mas faz parte", brincou.

A chefe escoteira afirmou que o movimento une sua família, sendo responsável por criar memórias com seu filhos, além de permitir que eles conheçam novos lugares e vivam novas experiências juntos. "O escotismo acaba nos aproximando. Temos muitas histórias em comum para contar, sempre relembramos momentos que vivemos, pessoas que conhecemos e isso é importante para nós".

Entre os ensinamentos do escotismo estão a empatia, o amor à natureza e aos animais, o respeito e a gentileza pelo próximo, e o combate ao preconceito. Para Giovana, esses princípios reforçam a educação que ela acredita ser a ideal para os filhos. "O movimento ajuda também na educação. Ele não mudou minha forma de educar, mas agregou muita coisa que considero importante para desenvolvimento e futuro do meus filhos, que são as coisas mais importantes da minha vida', finalizou. (C.M.)

 

Momentos diferentes e a mesma dedicação

Dia das Mães
Dia das Mães - Reprodução

 

A assistente administrativa Simone Regina da Cunha, de 47 anos, da cidade de Poá, pode dizer que viveu a maternidade em momentos muitos distintos de sua vida. Ela foi mãe aos 20, 24 e 41 anos, quando, inclusive, já era avó de um neto de 1 ano. A chegada do caçula, hoje com 6 anos, mostrou que era possível viver essa experiência novamente, dessa vez com mais maturidade e experiência.

"Me casei cedo, com 20 anos, e logo tive minha filha mais velha, hoje com 27 anos. Não tinha experiência, mas dei conta do meu papel de mãe, mulher e profissional já naquela época. Quase quatro anos depois veio meu segundo filho, hoje com 24 anos. Meu casamento terminou quando as crianças estavam mais velhas e eu segui minha vida, assim como os meus filhos, que já não moravam mais comigo. Me tornei avó com 40 anos e, no ano seguinte, no momento em que eu vivia um novo relacionamento, engravidei do Luan. Foi uma surpresa muito grande que eu não espera acontecer".

Passado o susto, a surpresa inicial deu lugar a um grande amor, que foi crescendo ao longo da gestação, assim como o entendimento de que o terceiro filho viria para ensiná-la sobre muitas coisas. "Estava mais centrada, mais experiente e mais madura, por isso consegui curtir mais a maternidade dessa última vez. Fui mãe da mesma forma com os três, mas agora percebo que estou mais consciente desse meu papel".

Atenta a nova realidade do mundo, Simone enfrenta novos desafios na criação do garoto. "Dou a mesma educação que dei para os outros, mas hoje nós temos a internet muito mais acessível, os celulares e tudo isso é uma preocupação nova, mas que nós temos que aprender a lidar", pontuou.

Feliz com o novo momento de sua vida, a poaense afirma que ser mãe aos 41 anos a tornou uma pessoa melhor. "O Luan veio para ensinar muitas coisas, para me fazer ver a vida de uma outra forma e isso tem sido muito importante para mim. Moramos só nos dois, ele é o meu companheiro e somos felizes dessa forma, nesse novo formato de família, assim como tantas outras", finalizou. (C.M.)