Com investimentos em tecnologia para o monitoramento e na Guarda Municipal, que treina atualmente 29 novos agentes, chegando a um total de 258 guardas, a busca é por uma redução dos índices criminais em Mogi das Cruzes entre 40% e 60%. A avaliação é do secretário municipal de Segurança, Toriel Sardinha, nesta entrevista exclusiva ao Mogi News/Dat. Uma das ações destacadas é o funcionamento os totens de segurança instalados em diferentes pontos da cidade. Saiba mais nesta entrevista.
Mogi News/Dat: O número de agentes atualmente na Guarda Municipal é suficiente para as demandas da cidade?
Toriel Sardinha: O efetivo da Guarda em si não é adequado ao número da população. Porém, faz parte de uma reposição que tem que ser feita de acordo com o número de cargos existentes e a disponibilidade orçamentária. Então esse chamamento de 35, que foi feito ano passado, foi feito dentro desse critério: tinham 35 cargos vagos, foram chamados todos, saíram alguns durante o curso de formação e estão se formando 29. Com o estudo que está sendo feito de impacto orçamentário, estamos estudando um novo chamamento.
MND: O efetivo atual da Guarda está sobrecarregado?
Sardinha: Sim. O efetivo da Guarda foi criado em 2010, com 273 cargos criados e, desde então, não houve criação de cargos. Agora estamos em fase de estudo de impacto orçamentário para criar novos cargos e ir nomeando de acordo com a disponibilidade do Orçamento para que a gente alcance a adequação da quantidade de habitantes para a quantidade de guardas para a cidade. Esse número de cargos que foi criado em 2010. Porém, depois da Lei 13.022 de 2014, a Guarda começou a exercer uma atividade policial, que acabou sobrecarregando esse efetivo. O primeiro governo que está preocupado em adequar o número de guardas com o número de habitantes de acordo com essa atividade de polícia é a atual gestão.
MND: Os guardas em treinamento devem ser designados para patrulhamento ou monitoramento?
Sardinha: Não há uma destinação específica, será de acordo com a necessidade. À critério da administração do comando, eles vão ser distribuídos inicialmente em patrulhamento e, depois, aproveitando a característica individual de cada um, pode ir para uma patrulha específica.
MND: Fazendo um balanço de ações, quais as principais da Secretaria em 2022?
Sardinha: O ano de 2022 foi um ano de realização das licitações necessárias e da adequação do Orçamento para que pudéssemos fazer os investimentos, como nos totens de segurança. Foram realizadas as licitações de 22 novas viaturas; compra de armas de qualidade internacional, foram compradas 300 pistolas Glock para a Guarda Municipal. Foram feitas licitações para o Centro de Comando e Controle, da Muralha Digital Inteligente, da substituição das câmeras antigas e instalação de 300 novas câmeras. Essas licitações, ou aquisições diretas, foram realizadas em 2022 para entrega agora, em 2023.
MND: Qual o resultado esperado com a instalação dos totens?
Sardinha: O que traz o resultado dos totens são as outras cidades que já foram instalados: Barueri, Cotia, Bertioga, São Vicente. Nas cidades em que o totem está presente, houve redução de 40% a 60% da criminalidade. Isso tudo somado às demais medidas em tecnologia. Tem que ter o circuito de monitoramento interligado, tendo inteligência artificial, a Muralha Digital Inteligente, o COI (Centro de Operações Integradas) para que a possa tratar essas informações diretamente e trazer isso para o combate efetivo da criminalidade. A gente busca uma redução na faixa de 40% a 60% dos índices criminais.
MND: Essa redução dos índices seria a longo prazo?
Sardinha: A gente busca para o final do ano, quando todos esses projetos estiverem funcionando. Os totens vão entrar em funcionamento, a Muralha Digital Inteligente vai começar a ser instalada, as câmeras vão começar a ser substituídas. Com todo esse arcabouço tecnológico, acredito que no segundo semestre a gente já busque atingir esses números.
MND: Aumentar o número de distritos policiais com reforço no contingente contribuiria para essa redução?
Sardinha: A Polícia Civil e a Polícia Militar são de responsabilidade do Estado. Na minha opinião, aumentar os distritos policiais sem pensar no aumento do efetivo da Polícia Civil é totalmente inviável. Hoje, a Polícia Civil tem um efetivo muito abaixo do necessário, os policiais civis estão extremamente sobrecarregados com o tamanho do nosso município, e não adianta fazer outros distritos e deixar sem policial. Então, para que sejam feitos outros distritos, primeiro tem que se pensar nessa interlocução da Câmara com o prefeito junto com o governador para aumentar o efetivo da Polícia Civil.
MND: Um levantamento recente mostra que o número de furtos cresceu na cidade, os roubos tiveram uma leve queda e os homicídios, um pequeno aumento, no comparativo entre 2022 e 2021. Como a Secretaria avalia esses números e quais ações para melhorar esses índices?
Sardinha: Todas as ações são baseadas nos índices criminais oficiais. Eu venho alertando para uma parte negativa das redes sociais, pois acabam acentuando um crime específico e ele acaba tomando uma proporção que não é saudável para a sensação de segurança. A gente tem que se basear nos índices oficiais para poder diminuí-los e trazer de volta a sensação de segurança para a cidade. Os índices criminais, se você pensar de 2021 para 2022, por exemplo, de homicídios, teve um aumento de cinco casos. Porém, se você olhar para 2014, houve uma diminuição de 47 homicídios na cidade. Em 2014, foram 68 homicídios; em 2015, 52. Então se olharmos a longo prazo, vem reduzindo consideravelmente o número de homicídios. O que temos que fazer olhando para esses números? Qual o desafio? Olhar para esse número e reduzir ainda mais. Como te falei, a perspectiva é diminuir 40% a 60% com os investimentos. Reduzindo nessa proporção, a sensação de segurança é natural.
*Texto supervisionado pelo editor.