Moradias da Vila Nova Estação, em Mogi das Cruzes, tem recebido as obras do Programa Viver Melhor, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado de São Paulo, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). O projeto, em parceria com a Prefeitura de Mogi das Cruzes, tem por objetivo reformar casas construídas em condições precárias, revitalizando as moradias e a identidade visual do bairro. No núcleo, desde a chegada do programa, em julho do ano passado, 121 casas foram entregues ou estão com as obras em andamento, do total previsto de 350 moradias. A expectativa é que a estatal permaneça no local por pelo menos mais seis meses. O Grupo Mogi News/Dat visitou as obras na semana passada. 

A dona de casa Danielle Farias, de 23 anos, uma das moradoras já beneficiadas pelo programa, conta, que ao receber a proposta da CDHU, a primeira reação foi de estranhamento, mas que aos poucos foi entendendo o projeto. "A gente fica com medo por não ser verdade. Quando vieram aqui a gente comentava: 'Será que é verdade? Será que eles irão vir mesmo?'. Meu irmão chegou a falar que era tudo mentira. Mas aí, antes de começar a reforma, a CDHU veio conversar com a gente e toda a equipe, sempre atenciosos. Fora que eles são pessoas muito humildes, muito boas, sabem compreender a gente. Foi a melhor coisa que teve", disse.

O resultado final, segundo Danielle, superou as expectativas: "É outra coisa agora. A gente junta dinheiro para tentar fazer uma reforma, e chegar a CDHU e fazer as melhorias, mudou bastante. Havia infiltração que agora não tem mais, recebi uma pia nova, então mudou completamente. Trocaram o piso, meu banheiro era bem feio na verdade, estava muito desgastado e esses dois pontos foi o que me deixou mais feliz. Só de ver a casa pelo lado de fora, ela estar pintada, já muda".

Para a moradora, as reformas vão além de uma nova moradia, pois levam mais dignidade aos moradores. "A gente que mora aqui na Vila Nova Estação, muitos de nós, quando vai tentar arrumar um serviço, eles falam: 'Olha, semana que vem a gente retorna'. E não retornam. Encomendas, por exemplo, que a gente pede pelo Mercado Livre, aqui é apontado como área de risco. Então assim, nem todo mundo é igual e isso nos chateia. Mas aí veio a CDHU, junto com a Prefeitura e o governo, aí já mudou. Então nós temos mais recursos agora, é a gente saber cuidar. Os endereços também já estão sendo resolvidos direitinho, na conta de luz já mudou o nome da rua. E isso é uma coisa importante para a gente", concluiu.

A aposentada Olga de Oliveira, 68, que também mora no bairro, afirmou que mesmo não acreditando no primeiro momento, a chegada da CDHU ao bairro revelou-se como uma das melhores coisas que poderiam ter acontecido. "Olha, para mim, foi a melhor coisa que teve. Minha casa estava bem ruim. Tive quarto novo, banheiro, porta", contou. 

Já a educadora social Fátima Paulino, 55, destacou que o programa mudou o ambiente de convívio, melhorando, assim, a qualidade de todos no local. Conforme as obras foram sendo efetuadas e entregues, moradores que antes não acreditavam nas promessas do programa, passaram a aderir. "A principal diferença é a limpeza, pois quando está sem o reboco, dá a impressão que está mau cuidado ou abandonado, e a partir do momento que eles vêm com a mão de obra, o reboco e a pintura, muda totalmente a cara da casa. Fica uma coisa habitável, uma coisa alegre. Quando a gente vê agora, com forro, com pintura, arrumaram janela e a porta, que estavam em mau estado, é uma coisa maravilhosa", ressaltou a educadora.

 

Começando do zero

Um dos destaques de revitalização do núcleo foi na casa do aposentado Antônio Adilson, 60, onde as transformações foram ainda mais impactantes. "Eu morava em um barraco de madeira. Mas aí chegou o pessoal do governo e me disseram que eu ia ganhar uma casa. Estou gostando da casa, agradeço muito à CDHU, às funcionárias e funcionários. Antes era um barraco de madeira, tudo cheio de terra e tinha até rato, mas agora estou feliz, realmente muito contente. A hora que eu vi, cheguei até a chorar. E por quê? Porque eu ganhei uma casa", relatou.

A casa de Antônio foi, construída do zero. Antes, como ele contou, a moradia era de madeirite, mas rapidamente foi derruba e iniciada a construção. A nova casa foi erguida com uma estrutura totalmente nova, com reboco, pintura, piso, sistema elétrico e hidráulico, com quarto, sala, cozinha e banheiro. Ele confessa que à época, os vizinhos diziam que a reforma não iria acontecer, que ele não deveria acreditar, mas mesmo assim ele confiou no programa.