Neste último mês do ano é celebrado o "Dezembro Laranja", em conscientização ao câncer de pele. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a doença corresponde a cerca de 30% de todos os diagnósticos de tumores malignos no país, destacando-se como uma das mais comuns. Somente no Estado de São Paulo, de acordo com dados da Secretaria da Saúde (SES), foram registrados, em 2021, 11,8 mil internações por neoplasias, sejam malignas ou benignas, e 11,3 mil até setembro de 2022.
O órgão também informou que, em 2021, foram contabilizados 1.073 óbitos, enquanto neste ano, até setembro, 800 mortes foram confirmadas pela doença, em 94,8 mil atendimentos. No ano passado, 109 mil atendimentos foram feitos.
Em nota, a Pasta indicou que, ao perceber qualquer alteração na pele, um médico seja procurado para realizar uma avaliação, sendo que o diagnóstico precoce de câncer é um dos principais fatores positivos para a cura.
O Estado ainda ressaltou que preza pelo atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), e vem trabalhando pelo seu aperfeiçoamento. Um exemplo disso é o Programa AME Oncologia, criado neste ano, cujo objetivo é aumentar a oferta de tratamento contra o câncer, com exames, consultas e sessões de quimioterapia nas 61 unidades dos Ambulatórios Médicos de Especialidades, que possuem atendimento específico aos tumores de pele. Também está em expansão a Rede de Hebe Camargo de Combate ao Câncer, que conta hoje com 95 unidades.
Pela Região
No Alto Tietê, o professor de dermatologia e coordenador de cirurgia dermatológica da residência médica da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), Dr. André Cesar Pessanha, ressalta a importância de se ter um mês para debater e conscientizar sobre a doença. "Assim como as campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul, o Dezembro Laranja é um mês de conscientização para que pessoas suscetíveis ao câncer de pele estejam cientes de realizar uma auto-avaliação e até uma consulta de triagem, já que são lesões assintomáticas na maioria das vezes", afirmou.
O médico aponta algumas das causas para o desenvolvimento de tumores, principalmente com a chegada do verão. "Com certeza o principal fator é a exposição à radiação ultravioleta proveniente do sol por muitos anos sem a devida proteção, além das queimaduras solares. Podemos citar também a exposição ao HPV, radioterapia prévia e lesões crônicas que não melhoram como as feridas nas pernas de causa vascular", explicou o professor.
Pessanha destacou uma alta no número de casos, mas, segundo ele, pode ser resultado do aumento no próprio número de diagnósticos, como reflexo da "maior conscientização das pessoas para procurar auxílio médico" e na "acurácia para detectar lesões novas". O especialista disse também que há dermatologistas mais especializados no diagnóstico do câncer bem como equipamentos de maior qualidade que permitem a "observação das lesões complementada pela dermatoscopia; um aparelho que oferece maiores detalhes da lesão".
Dr. Pessanha afirmou que para o tratamento, em 90% das vezes, a patologia pode ser resolvida com cirurgia entretanto, alguns casos necessitarão de radioterapia, quimioterapia, ou cirurgias oncológicas mais avançadas como remoção de linfonodos e novas drogas chamadas de terapias alvo e imunoterapia, que são do espectro de tratamento do oncologista.
Mutirão UMC
Em celebração ao "Dezembro Laranja", a Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) realizou no dia 3 de dezembro um mutirão com atendimento gratuito à população, na Policlínica da UMC, para diagnóstico preventivo de câncer de pele.
Segundo o professor Pessanha, essa é uma das formas de prevenir a doença e de conscientizar cada vez mais a população mogiana dos riscos do câncer de pele. Ele destacou o engajamento dos alunos na ação: "Sempre fez sucesso entre os alunos pois é bastante interativo e agregador". A expectativa era da participação de cerca de 25 estudantes na graduação neste ano.
O Departamento de Dermatologia da Policlínica UMC atendeu 230 pessoas no mutirão, que integra a programação da campanha Dezembro Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cumprindo o objetivo de informar e orientar a população sobre a doença.
*Texto supervisionado pelo editor.