O Hospital Regional Dr. Osíris Florindo Coelho, em Ferraz de Vasconcelos, e o Hospital Santa Marcelina, em Itaquaquecetuba, registraram no primeiro semestre do ano passado 671 óbitos e cerca de 575 mil procedimentos, informou um estudo do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Em levantamento da Corte sobre os atendimentos realizados em hospitais públicos do Estado e dos municípios, a unidade de saúde ferrazense registrou 283 mortes no período e enquanto a de Itaquá computou 388 óbitos. Os dados das duas unidades de saúde representam quase quatro mortes por dia apenas nos dois hospitais.
O líder no ranking de mortes nas cidades do Alto Tietê é Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, que, com 923 óbitos, é o terceiro neste quesito em todo o Estado de São Paulo.
O hospital localizado em Ferraz contou com 4.370 internações, com tempo médio de permanência de seis dias. No quesito internações, inclusive, o hospital de Itaquá supera o número do Regional de Ferraz. Na unidade de saúde de Itaquá foram 7.123 internações, com igual tempo médio de permanência.
Além disso, na unidade de Ferraz, foram realizados 381.222 procedimentos clínicos e ambulatoriais no período, sendo que destes, 233.380 com finalidades diagnósticas e 147.842 entre consultas e atendimentos.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde os hospitais Regional de Ferraz, Luzia de Pinho Melo e Santa Marcelina de Itaquaquecetuba são referências no Alto Tietê e atendem casos de alta e média complexidade, como traumas, neurocirurgias e casos cardiovasculares, entre outros. "A ocorrência de óbitos está relacionada à extrema gravidade dos pacientes que chegam a esses serviços, apesar dos esforços das equipes das unidades para assistir cada caso", ressaltou em nota.
Para realizar o levantamento, o TCE buscou informações a partir das bases de dados colhidas junto ao Ministério da Saúde e às Pastas estaduais da Saúde e da Fazenda. O estudo abrange os 193 hospitais próprios administrados diretamente pelo Estado ou municípios. Não estão incluídos no painel os hospitais de entidades sem fins lucrativos ou filantrópicos, como as Santas Casas.
Luzia
Apesar do alto número de mortes, o Luzia não aparece entre as 30 unidades que mais realizaram procedimentos clínicos e ambulatoriais no período, visto que a unidade de saúde é apenas a 33º nesse indicador. Ao todo, foram realizados neste período, 475.580 procedimentos no hospital, sendo 265.632 com finalidades diagnósticas, 208.632 consultas e 1.316 cirurgias. Neste sentido, a unidade que mais realizou procedimento foi o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), com cerca de 4,3 milhões ações.