Os casos registrados de suicídio aumentaram 60% em Suzano, na comparação entre 2016 até agosto de 2017. No ano passado inteiro, a cidade teve oito ocorrências do tipo. De 1° de janeiro a 31 de agosto deste ano, 13 suzanenses já tiraram a própria vida. Quase duas mortes por mês.
Os dados foram divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde, após o pedido de informações relativas ao tema encaminhado pelo vereador suzanense Lisandro Frederico (PSD). O parlamentar foi um dos responsáveis por realizar o ciclo de palestras sobre a prevenção do suicídio, que ocorreu no dia 26 de setembro, no plenário da Câmara. O evento, que trouxe especialistas e pessoas envolvidas com perdas relacionadas ao suicídio para debater o tema, fez parte da Campanha Setembro Amarelo de Prevenção ao Suicídio, criada pelo Ministério da Saúde e propagada no município pelo vereador.
"Os números comprovam que o Poder Público precisa desenvolver ações que coloquem este tema em debate na sociedade", avaliou Lisandro. "A Câmara deu o primeiro passo com o ciclo de palestras e, agora, temos que intensificar as medidas. O diálogo pode salvar vidas", afirmou.
O número de suicídios informado pela Secretaria tem como base a declaração de óbito emitida pelos médicos do Instituto Médico Legal (IML) e registrada no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Prefeitura de Suzano. O índice de incidência por 100 mil habitantes em 2016 foi de três casos. Na comparação com 2017, houve um salto para cinco casos por 100 mil habitantes.
Das 13 mortes de 2017, a maior parte está associada a pessoas de 35 a 44 anos (quatro casos) e de 45 a 54 anos (também com quatro casos). Dos 15 aos 24 anos foram três ocorrências. As faixas de idade dos 25 aos 30 anos, e dos 55 aos 64 anos registram um caso cada. A maior prevalência foi notada entre os homens, como apontam pesquisas nacionais, totalizando 10 registros.
No ofício encaminhado à Prefeitura, Lisandro questionou quais são os programas desenvolvidos em Suzano a fim de reduzir o número de suicídios. Em resposta, a administração municipal informou que todas as unidades básicas de saúde possuem profissionais que realizam o acolhimento de saúde metal, quando ocorre a solicitação de apoio. Após o acolhimento inicial na UBS, o paciente recebe atendimento especializado, por meio de "projeto terapêutico singular".
Ao serem identificado casos graves, complexos ou com risco de suicídio, o paciente é enviado imediatamente aos serviços de saúde metal, como o Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
A Prefeitura de Suzano conta com 13 psicólogos e 10 psiquiatras na rede municipal de Saúde. Os casos de menor complexidade têm uma espera pela consulta com estes profissionais que pode variar de 30 a 180 dias. Atualmente, 370 pacientes estão na fila de espera por consultas com o psiquiatra.