Durante rápida sessão ocorrida ontem na Câmara de Mogi das Cruzes, dois assuntos chamaram a atenção dos vereadores e foram bastante discutidos no plenário: a demolição de seis casas construídas ilegalmente no Jardim Piatã II e o destino das famílias que ainda permanecem na área, e também a invasão de oito apartamentos do programa "Minha Casa, Minha Vida" da avenida Kaoru Hiramatsu, na Porteira Preta. Ambos os temas foram publicados no Mogi News nos dias 22 de fevereiro e 23 de março deste ano.
Quem os levou primeiro à tona foi o vereador Benedito Faustino Taubaté Guimarães (PMDB), o Taubaté, que falou na tribuna sobre as unidades invadidas do Condomínio Ypê na Kaoru Hiramatsu. "Soube que há pessoas vendendo esses apartamentos do Minha Casa, Minha Vida. Inclusive há um caso em que foi vendido duas vezes o mesmo imóvel e já oficiei a Caixa Econômica sobre o fato", informou.
O empreendimento, construído por meio do programa do governo federal, foi entregue oficialmente em dezembro do ano passado, durante a gestão do então prefeito Marco Bertaiolli (PSD), na presença do presidente da República Michel Temer (PMDB) e, conforme a Coordenadoria Municipal de Habitação, os oito apartamentos invadidos estavam vazios em função de problemas cadastrais identificados pela Caixa, pouco antes da entrega do residencial aos verdadeiros contemplados.
Já em relação às seis casas que estavam sendo construídas de maneira irregular em uma Área de Preservação Permanente (APP), de propriedade da prefeitura, foram derrubadas por funcionários da própria administração municipal. Os imóveis ficavam perto da rua Bragança Paulista, no Jardim Piatã II. Elas ainda não estavam habitadas, de acordo com o que informou a Secretaria Municipal de Segurança na época.
Preocupado com a situação dos moradores que ainda permanecem no entorno da localidade, o vereador Iduígues Ferreira Martins (PT) elaborou requerimento, aprovado ontem por unanimidade, para saber a situação do lugar e quais providências a prefeitura pretende tomar com relação ao destino das pessoas que lá vivem. "Trata-se de um problema social", opinou.
O vereador Antonio Lino da Silva (PSD) afirmou, por sua vez, que muitas das pessoas que invadem imóveis não são de Mogi. "São da zona leste da capital e, uma vez instaladas aqui, elas vão querer transporte, escola, posto de saúde", estimou.