A Câmara Municipal vai pressionar a Prefeitura de Mogi das Cruzes para que obras de acessibilidade no entorno da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) sejam realizadas. Os secretários municipais de Transportes (Nobuo Aoki Xiol), Serviços Urbanos (Nilmar Ferreira) e Obras (Claudio Rodrigues) afirmaram que existem três projetos de acessibilidade para Mogi, sendo um específico para a Apae. Os recursos, porém, ainda não têm prazo para serem liberados.
O presidente do Legislativo, Mauro Araújo (PMDB), avaliou que a reunião foi "frustrante" e que falta "vontade para fazer a obra". Ele afirmou que a Câmara vai continuar pressionando a administração municipal. "Tem que se respeitar a posição do prefeito (Marcos) Bertaiolli em não querer resolver o problema, não existe outro motivo. A questão não é recurso ou projeto. Se a Câmara não fizer nada ela cairá em descrédito. Teremos que achar um jeito, mas será preciso assumir alguns riscos. De uma forma ou de outra será preciso fazer uma gestão, espero que isto possa ser feito com diálogo", alertou.
Durante a reunião entre os vereadores e secretários, foi apontada a possibilidade de conquistar recursos por meio das emendas parlamentares e até mesmo com o resgate de valores depositados em juízo, garantido pela lei municipal aprovada em dezembro.
O vereador Antonio Lino da Silva (PSD), que havia proposto realizar pessoalmente o rebaixamento das guias das calçadas próximas à Apae, disse que está disposto a fazer rifas e bingos para levantar o valor necessário para a execução da obra. Ele chegou a propor a utilização do salário dos vereadores do próximo mês para fazer as adequações. "Não acredito que não tenha dinheiro para fazer isto", ressaltou.
Xiol informou que as sugestões apresentadas pelos vereadores serão apresentadas para o prefeito. "Isto precisa ser analisado junto à Secretaria de Finanças para ver como será a questão orçamentária". Ele acrescentou que obras de acessibilidade estão sendo realizadas, como o rebaixamento de guias em pontos de Mogi e a retirada de mais de 200 postes com nome de rua, do centro.
O secretário de Serviços Urbanos afirmou que os novos projetos da prefeitura têm privilegiado a acessibilidade. "Não é apenas rebaixar as guias da Apae, as calçadas tem 80 centímetros de largura, isso poderia gerar uma risco, até de queda para os cadeirantes", disse.
Projetos
De acordo com Xiol, o projeto de Rotas Acessíveis, que destinará R$ 270 mil para criação de um projeto executivo para obras de acessibilidade, é o que está mais adiantado no momento. Existe ainda, uma emenda de R$ 250 mil da deputada Iolanda Ota (PSB) para rebaixamento de guias em áreas com semáforos e faixa de pedestre. A outra emenda é da deputada Mara Gabrilli (PSDB) que destinou R$ 536 mil para obras no entorno da Apae.