O tráfego intenso de caminhões e o despejo irregular de todo o tipo de lixos e entulhos estão causando diversos transtornos aos moradores do Jardim Iolanda II, em Ferraz de Vasconcelos. A população sofre, há mais de dois anos, com um aterro sanitário clandestino, onde até carros são jogados e queimados no local.
O problema ocorre em uma área particular no final da rua 16, na divisa do município ferrazense com Guaianazes. A prefeitura já providenciou uma barreira de concreto para impedir que os veículos continuassem entrando na área para despejar lixo, mas os infratores não se intimidaram.
Segundo relatos de moradores da área, os caminhões chegam ao local já com maquinários para a retirada da barreira que bloqueia o acesso de veículos. A equipe de reportagem do Grupo Mogi News esteve no local e a comunidade só aceitou dar entrevista com a condição de anonimato, já que eles também tem sofrido ameaças dos responsáveis pelo aterro, devido as frequentes denúncias que eles tem feito.
"Essas pessoas só vem fazer o despejo de lixo nos domingos, feriados e de madrugada", denunciou um morador. "Ontem (domingo) passou dezenas de caminhões aqui. O tráfego é tão intenso que a minha casa já está trincando", disse outro vizinho da área. Eles ainda contaram que a comunidade improvisou uma barreira no início da rua, em que permitia apenas a entrada dos moradores, mas também não obtiveram sucesso.
"Já fizemos várias denúncias, mas não adianta", lamentou um dos moradores do local. "Tem dia que jogam até carros aqui e ateiam fogo. Não sabemos mais o que fazer, porque já fomos até ameaçados por eles". Outro vizinho do aterro conta que não aguenta mais a poeira que os caminhões fazem no local. "As crianças daqui vivem com problemas respiratórios por conta disso".
A Guarda Civil Municipal (GCM) e a Secretaria de Planejamento informaram que, ontem, ocorreu um trabalho de fiscalização no local e destacaram que as irregularidades podem ser denunciadas pelos telefones 4679-4334 e 153. O órgão ainda ressaltou que é preferencial que as denúncias sejam realizadas no ato do descarte para averiguação. Os responsáveis pelo aterro clandestino "podem ser autuados e responder administrativamente e criminalmente por crime ambiental", afirmou a pasta.