Uma caminhada pelas ruas do centro de Mogi das Cruzes marcou ontem a comemoração ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. A concentração para a evento foi realizada na praça Coronel Almeida. Com música e dança, os participantes falaram sobre a importância da data. De acordo com a coordenadora municipal da Pessoa com Deficiência, Valeriana Alves, os principais obstáculos enfrentados no dia a dia ainda são a falta de acessibilidade e o preconceito.
O tradicional "cadeiraço" entrou em seu 5° ano no município. Ele tem o objetivo de chamar a atenção da população para a questão da pessoa com deficiência. Valeriana informou que a estimativa é que 23% dos mogianos tenham algum tipo de deficiência, o que equivale a 100 mil pessoas.
"As pessoas não saem de casa por falta de oportunidade. Quando existe um local que ofereça autonomia de locomoção elas conseguem sair. Infelizmente, por Mogi ser uma cidade de mais de 400 anos, a gente tem essa dificuldade de locomoção, mas quando você dá a oportunidade para essas pessoas aparecerem, elas surgem", destacou.
Para Valeriana, o preconceito ainda é uma barreira que precisa ser superada. "A partir do momento em que todos os cidadãos incorporarem as políticas da pessoa com deficiência, eles automaticamente vão fazer a acessibilidade nos comércios e nas escolas. Hoje (ontem), é um dia de confraternização, não é nenhum protesto, é uma forma de mostrar para nossa população e governantes que temos pessoas com deficiência em Mogi", ressaltou.
A estudante do curso técnico de Secretariado Lívia Triboni, de 19 anos, disse que o "cadeiraço" é uma forma de conscientização. "Essa passeata serve para conscientizar as pessoas. Os principais problemas que enfrentamos é a falta de acessibilidade e o desrespeito das pessoas, em especial com as vagas de estacionamento para deficientes", afirmou.
A educadora social Cíntia Farias, 26, avaliou que a data é um dia de reflexão. "Trabalho em uma empresa na área de inclusão de pessoas com deficiência. Depois que comecei a atuar nesse setor é que passei a enxergar as dificuldades que elas enfrentam diariamente. Esse evento é importante para abrir os olhos das pessoas", acrescentou.