A ausência de cobrador nos ônibus, que vem ocorrendo de forma gradativa nas linhas do transporte público municipal, não tem agradado os mogianos que dependem diariamente dos coletivos. A medida é consequência da informatização do pagamento da tarifa, consequência da utilização em maior escala do cartão do Sistema Integrado Mogiano (SIM).
Entre as principais queixas apresentadas pelos usuários entrevistados pelo Mogi News está o maior tempo de duração da viagem, bem como os riscos de acidentes em decorrência da dupla função assumida pelos motoristas.
Para a cabeleireira Silene Marques, de 37 anos, que utiliza a linha Vila Cléo, a falta de cobradores é sentida, principalmente, nos horários de pico, quando o fluxo de passageiros é maior. "Eu entendo que retirar os cobradores seja também uma forma de reduzir os custos da empresa, já que é um funcionário a menos, mas não acho que isso seja justo com a população. Nos horários de entrada e saída de escola, por exemplo, a ausência do cobrador é muito ruim, pois a demora para chegarmos no destino aumenta bastante", disse.
O mesmo problema é apontado pela cuidadora Cleusa Ventura Lau, 43, passageira da linha São Sebastião. "Desde que os ônibus passaram a não ter cobrador, o tempo de viagem aumentou bastante, porque além de dirigir, o motorista ainda tem que cobrar. A cada parada ele perde bastante tempo. Eu não acho certo esta dupla função", comentou.
Já o aposentado Mário Sérgio Domingues, 59, contou que a principal preocupação são com os riscos de acidente.
"Esse acúmulo de função é estressante. Ter que cobrar passagem acaba sendo uma distração, o que aumenta as chances de um acidente de trânsito", avaliou.