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Apenas nos primeiros meses do ano, a região fechou 750 postos de trabalho no Alto Tietê. De acordo com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) do Alto Tietê, no período, as empresas adotaram férias coletivas e lay-off (suspensão do contrato) para tentar frear as demissões. Na região, o setor metalúrgico é o que enfrenta o pior momento. A expectativa é que o ajuste fiscal que deve ser feito pelo governo federal alivie a situação da queda da produção industrial.
O diretor-regional do Ciesp, José Francisco Caseiro, afirmou que desde o segundo semestre de 2014, a indústria vem passando por um período difícil, motivado pelos rumos que a política econômica nacional tomou. "Isso tem provocado um índice negativo no nível de emprego. No Alto Tietê, em 2014, cerca de três mil vagas foram fechadas e, só neste ano, o índice acumulado é de -1,03%, o que significa o fechamento de 750 postos de trabalho", acrescentou.
Caseiro explicou que a Ciesp não conta com um estudo que aponta o número de empresas que deram férias coletivas ou adotaram lay-off, mas destacou que essa foi uma medida tomada no Alto Tietê. "As férias coletivas, assim como o lay-off, são estratégias adotadas pelas indústrias para evitar novas demissões, que custam muito caro e podem comprometer ainda mais a saúde financeira das empresas. É, portanto, uma tentativa de segurar a mão de obra já capacitada por um período, enquanto se espera uma reação do setor a partir de medidas que o governo federal promete adotar", disse.
Segundo Caseiro, o setor metalúrgico foi o que teve o maior impacto negativo desde que a produção industrial começou a sofrer queda. "Os últimos levantamentos do IBGE mostram que a indústria fechou o primeiro trimestre com queda de 5,9%, o que demonstra a dificuldade pela qual o setor tem passado. Alguns segmentos, como o metalúrgico, que é o principal do Alto Tietê, têm sentido de forma mais abrangente os reflexos da crise", ressaltou. Outros setores, como o químico e o de celulose, também têm sido afetados, mas em menor escala.
O diretor esclareceu que a expectativa é que os próximos meses continuem com índices negativos para o setor industrial. "Tínhamos, no início do ano, uma grande expectativa com o segundo semestre, mas a cada mês fica mais improvável que a esperada recuperação venha ainda neste ano. Tudo caminha para um crescimento negativo no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e para uma queda ainda maior na atividade da indústria de transformação. Mas esperamos que o ajuste fiscal prometido pelo governo federal venha rápido e seja eficaz, caso contrário, o cenário é temeroso", avaliou.
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