O Café com Mogi News desta terça-feira (26) destaca a Associação Beneficente Raios de Sol, sediada no distrito de Jundiapeba, em Mogi das Cruzes. A Associação, criada há mais de 20 anos, atua no acolhimento, educação infantil e doação de cestas básicas e outros itens para famílias e crianças. A convidada é Edilaine Tatiana de Carvalho, que atua na captação de recursos da entidade, onde está desde 2018. Depois de uma carreira na área administrativa, ela se encantou pelos projetos sociais. Saiba mais nesta entrevista especial. 

Café com Mogi News: Conte um pouco para gente sobre a Associação Raios de Sol.

Edilaine Tatiana de Carvalho: Então, a Associação beneficente Raios de Sol tem mais de 23 anos de existência. Foi criada em 2001, e tudo começou numa casinha alugada. A gente viu a necessidade das mães que precisavam deixar os seus filhos em uma creche. Tinha também uma entrega de leite que a gente tinha um projeto com o pessoal do Viva Leite, que é do Estado de São Paulo. A nossa fundadora, a Dona Aparecida, viu também essa necessidade dessas mães e começou esse projeto numa casinha alugada. 

Nisso, a prefeitura viu a seriedade do trabalho e forneceu pra gente um local para construir a unidade I da nossa creche que fica ali em Jundiapeba mesmo e atende 120 crianças. Agora também temos a unidade 2 que fica dentro do Real Park Tietê com 220 crianças, também atendidas pela Associação Beneficente Raios de Sol.

CMN: E como é esse trabalho?

Edilaine: Sim, a gente acolhe essas crianças. São crianças que entram na creche com quatro meses e saem  com 5 anos de idade. Então tem todo esse acolhimento com eles, essa parte da educação. A gente procura fazer um trabalho muito legal com eles de aprendizagem mesmo. As crianças praticamente saem quase alfabetizadas da creche. É algo a gente sempre prioriza muito. A educação das nossas crianças naquele espaço que a gente tem dedicado para eles.

Temos os nossos outros projetos na sede da Associação, que também atendemos crianças e idosos. No momento, temos o Alimente uma Vida, que é um projeto de doação de cesta básica. A gente faz arrecadação de alimentos para montar essa cesta, faz um cadastro com essas famílias, vê a família que está com mais dificuldade naquele momento, e conseguimos ajudar com uma cesta básica.

Temos também um projeto é que se chama Cabide Solidário, com a doação de roupas em bom estado para essas famílias. Temos toda uma preparação, colocamos no cabide para deixar bem bonitinho mesmo para eles poderem se sentir bem ao estarem recebendo essa doação. Aí eles conseguem ver se serve ou se não serve. A impressão que eles estão comprando. A gente tenta assim dignificar essa doação, de uma forma que eles venham se sentir bem em receber. A gente faz toda uma triagem antes para realmente doar uma roupa que esteja em bom estado para adulto, criança... A gente abre também para a comunidade. 

Procuramos parceiros que nos ajudar também nessa doação. A gente tem o WhatsApp que geralmente eles mandam mensagem e podermos até mesmo retirar essa doação de roupa, alimento, cesta básica. Na sede da associação, e a gente faz toda essa parte de montagem de cesta, separação de roupas para a gente poder dar continuidade aos nossos projetos.

CMN: Como é o trabalho com idosos?

Edilaine: Na verdade, a gente tem um sonho de ter algo assim até mais eficaz com os idosos. De repente ter uma professora de dança para poder fazer com que eles tenham ali um momento de descontrair, e também a parte de fisioterapia que acho que é importante para eles. Só que no momento a gente ainda não tem nada concreto. Então, entregamos o leite para eles e participam do projeto Alimente uma Vida, que é de cesta básica e também do Cabide Solidário. 

O nosso projeto é fazer algo a mais para eles, para poderem se sentir mais acolhidos. Eles gostam muito de conversar, bater papo, então sempre quando a gente pode, conversamos com eles, ajudamos às vezes aqueles que estão com uma dificuldade, como não saber onde tirar uma segunda via de uma conta. Damos apoio a eles e tentamos fazer sempre o melhor. 

CMN: É um público que precisa também de um olhar. 

Edilaine: É, e eles se sentem valorizados também. Quando a gente tem os projetos com as crianças, que a gente sempre corre atrás de um brinquedo para dar no Natal, e corre atrás também de um panetone para dar para eles (os idosos), porque eles se sentem acolhidos por nós também. Às vezes o idoso fica meio esquecido, e a gente prioriza isso.

CMN: E são as famílias das creches que vocês atendem ou também outras pessoas?

Edilaine: É a comunidade mesmo. Tem algumas famílias que é da creche que participam também de projetos, mas a maioria da comunidade ali entorno da Associação mesmo. Eles vão e fazem um cadastro com a gente para podermos saber qual é a dificuldade, o que está precisando... Nisso a gente vai conhecendo pessoas, e no que a gente puder ajudar, vamos ajudando. Tanto com essa parceria com Viva Leite que temos, porque tem todo um cadastro, eles têm um perfil que eles atendem do Viva Leite. Então não é qualquer pessoa que entra no programa, mas, às vezes a gente consegue ajudar de outra forma. Então toda pessoa que vai lá, a gente acolhe, faz um cadastro para poder ajudar de alguma forma. 

CMN: E a equipe, são todos voluntários?

Edilaine: São! Comigo são quatro voluntários que estão na Associação. Então a gente conta bastante com eles, porque sozinha não dá para fazer nada. Sempre precisamos de alguém para ajudar, então a gente busca pessoas que gostem do trabalho social para ajudar. 

A gente faz o trabalho sempre de quarta-feira, chegamos por volta de umas 7h30 e saímos umas 11 horas, 11h30. Esse tempo que eles disponibilizam para a gente já nos ajuda muito, porque ali conseguimos atender as pessoas, às vezes fazer uma triagem de uma roupa que chega, montar uma cesta básica. Eu sozinha não vou conseguir dar conta de atender as pessoas, ajudar a montar uma cesta, ou até mesmo fazer uma triagem de uma roupa, por isso que eu preciso de pessoas para me ajudar.

Fora os eventos também que a gente faz, como Dia das Crianças, Natal Solidário... Estamos atendendo em torno de mais de 170 famílias. Os voluntários ajudam nessa parte de pedir para esperar um pouquinho ou até mesmo já ir adiantando um cadastro, que isso é importante, dando alguma orientação. A gente precisa de pessoas para ajudar nessa obra que a gente faz e que não é fácil.

CMN: Como é que você chegou na Instituição?

Edilaine: Eu cheguei em 2018 na instituição. Eu trabalhava na área administrativa, mas já atuava em algumas outras ONGs e então tudo foi conectando. Eu cheguei em 2018 para trabalhar na creche mesmo, e ali conheci esse projeto que já existia e a gente foi desenvolvendo. Agora, graças a Deus, está bem grande o nosso projeto. Agora a gente tem a sede, quando eu entrei não tinha e fazíamos em uma casinha de um voluntário que cedeu para gente entregar o leite. Com muito esforço, conseguimos esse local que a gente construiu uma sede para poder ajudar as pessoas. Então foi assim aos pouquinhos, mas é um trabalho muito gratificante. Eu gosto muito de trabalhar ali, eu me identifico muito com as pessoas realmente, com os idosos, com as crianças que a gente vê a necessidade de alguém fazer alguma coisa para ajudar.

Passei por várias histórias, várias pessoas que muitas vezes vão só para conversar, desabafar, e já sai mais aliviado, mais contente. Esse também é um propósito, a gente sempre levar uma palavra amiga, uma palavra de conforto para as pessoas. Às vezes, ela precisa de uma cesta básica, de uma roupa, mas precisa de uma atenção, de uma palavra. Quantas pessoas ali a gente já viu mudar de vida, principalmente na pandemia, muitas pessoas desempregadas, que de repente conseguiram um emprego, ficou contente e voltou lá para contar, até mesmo para ajudar. Muitas pessoas que a gente deu cesta básica no tempo da pandemia, depois que passou, eles voltaram e doaram cestas.

É uma satisfação, porque você ver que valeu a pena você ajudar aquela pessoa, ela voltou lá e te ajudou também. Às vezes ajuda em questão de voluntariado também, de vez em quando vai lá para ajudar, lavar um banheiro, passar um pano no chão, já ajuda! Tudo isso é ajuda e isso é muito gratificante. 

CMN: Agora vocês estão preparando uma festinha de Natal para encerrar o ano?

Edilaine: Isso estamos preparando, tentando a ajuda dos nossos parceiros com brinquedo para as crianças, tanto para a Associação como para as creches também, porque a gente tem as crianças que necessitam também. Todas as crianças esperam um presentinho no Natal, então a gente tá buscando parceiros para nos ajudar com presentes de Natal para as crianças e o panetone para os idosos, porque eles também esperam ganhar alguma coisa. Se Deus quiser vai dar certo, a gente vai conseguir fazer uma festinha bem bacana para eles. Estamos correndo atrás.

As doações para o Natal Solidário dos idosos podem ser feitas, doando um panetone ou qualqeur valor pelo PIX - (11) 98898-3949, até o dia 10 de dezembro. 

CMN: E o futuro, como você vê a instituição nos próximos anos?

Edilaine: A gente pretende fazer um contraturno no espaço que a gente tem para as crianças. Vemos que as crianças precisam para sair da rua, para ter alguma coisa para fazer. A sede tem um espaço, não é muito grande, mas é um espaço que daria para fazer turmas, ter uma aula de dança, de ballet, de judô... Então, esse é o nosso futuro, pensamos em fazer bastante coisa para a comunidade. Mas, para isso precisamos de parceiros também para nos ajudar, pessoas que tenham essa boa vontade para nos ajudar, porque igual a gente falou sozinho não dá.

CMN: Conhecemos a Associação pelo Clube de Campo. Vocês foram beneficiados com uma ação deles, é um dos parceiros?

Edilaine: O Clube de Campo é um parceirão nosso, sempre nos ajuda com brinquedos no Dia das Crianças. Eles fizeram pra gente e foi uma festa, nos ajudou bastante, conseguimos entregar os brinquedos para as crianças, tivemos uma festinha bem legal. Também tivemos uma ajuda financeira e conseguimos alugar um brinquedo inflável, um carrinho de churros que a gente nunca tinha feito, e as crianças amaram! 

CMN: Vocês têm outros parceiros como Clube?

Edilaine: Então, a gente tem o pessoal do Instituto de Itaquareia que também sempre nos ajuda. Eles conseguiram nos ajudar para reformar calçada da sede. Estávamos com medo dos idosos cairem porque estava tudo esburacado, aí eles foram e nos ajudaram. Compraram os materiais que a gente precisava e fizeram a manutenção da calçada, que foi muito bom. Assim a gente vai buscando parceria de empresas e pessoas também físicas que queiram nos ajudar, também são bem-vindos. A gente vai buscando todo o público, toda ajuda é bem-vinda.

MN: Deixe uma mensagem para o pessoal conhecer a instituição, poder colaborar com vocês.

Edilaine: A Associação Beneficente Raios de Sol está com as portas abertas para todos que quiserem conhecer. Vai ser um prazer receber todos. As creches também estamos de portas abertas para conhecer nosso trabalho com as crianças, e quem quiser nos ajudar, vamos deixar os contatos, pode entrar em contato no WhatsApp, também temos nosso Instagram, toda ajuda é bem-vinda! 

Se vocês quiserem nos ajudar com doação de alimento, uma doação em recursos financeiro, porque a gente precisa muito. Às vezes a gente não consegue fazer todos os nossos projetos só com doação de roupa ou até mesmo de alimentos, a gente precisa pagar uma água, pagar uma luz, e isso é com recurso financeiro. 

Inclusive um recurso que tem nos ajudado bastante é a Nota Fiscal Paulista. O pessoal que quiser nos doar cupons fiscais é bem-vindo também, porque através do cupom fiscal, a gente consegue a doação para poder fazer a manutenção dos nossos recursos.

Para mais informações, entre em contato pelo WhatsApp (11) 98898-3949 ou acompanhe o perfil nas redes sociais @abraiosdesol.