Dois terços das jogadoras de equipes nacionais femininas ganham menos de US$20.000 (R$ 111 mil) por ano, de acordo com uma nova pesquisa do FIFPRO que destaca a persistente insegurança financeira e as lacunas estruturais no futebol feminino. O sindicato global de jogadores e os sindicatos nacionais de jogadores afiliados fizeram uma pesquisa com 407 jogadoras de futebol de 41 países que participaram da Eurocopa, da Copa América, da Copa das Nações Africanas e da Copa das Nações da OFC. Cerca de 66% das jogadoras ganham menos de US$20.000 ( por ano com o futebol e quase um terço das entrevistadas relatou ganhar entre US$0 e US$4.999 (R$ 27,7 mil) com o futebol, enquanto apenas uma pequena minoria alcançou faixas de renda mais altas. Os clubes profissionais continuam sendo a principal fonte de renda, seguidos pelos pagamentos de seleções, mas uma em cada quatro jogadoras ainda depende de empregos fora do futebol para sobreviver. "A estabilidade financeira é a base de qualquer carreira", disse a diretora de futebol feminino do FIFPRO, Alex Culvin. "Os dados são muito claros: a maioria das jogadoras não está ganhando o suficiente para garantir uma carreira segura dentro do esporte." "É um risco para a sustentabilidade do esporte porque as jogadoras estarão inclinadas a deixar o futebol mais cedo para conseguir pagar as contas." A pesquisa, realizada entre agosto e outubro, também revelou que os contratos de curto prazo continuam sendo comuns: 33% das jogadoras assinaram contrato por um ano ou menos e 22% não tinham contrato algum. Os cronogramas de competições internacionais continuam a sobrecarregar as jogadoras, com 58% dizendo que o descanso antes do jogo era inadequado e 57% relatando recuperação insuficiente após as partidas. Embora o FIFPRO tenha observado melhorias desde a pesquisa de 2022 - incluindo o aumento do prêmio em dinheiro e uma parte dedicada às jogadoras na Eurocopa Feminina - reformas semelhantes não foram replicadas em outras confederações. Culvin disse que as partes interessadas devem "continuar a elevar os padrões para apoiar a crescente profissionalização do futebol feminino". * É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas Decisão da Copinha Feminina será disputada às 18h do próximo sábado Copa do Brasil: Corinthians e Vasco iniciam final com empate sem gols Fifa concorda com aumento de 50% no prêmio da Copa do Mundo de 2026