O Exército ucraniano anunciou que as forças russas atacaram dois centros de recrutamento militar nesta segunda-feira (7), deixando pelo menos quatro pessoas feridas, de acordo com balanço provisório. Pouco depois, Moscou informou ter capturado as vilas de Dachne, no leste da Ucrânia, e Bezsalivka, na região de Sumy. "A vila de Dachne, na região de Dnipropetrovsk, foi libertada", confirmou o Exército russo em comunicado. A informação foi, porém, contestada pela Ucrânia, com o Exército do país a garantindo que os soldados repeliram os ataques russos e denunciaram falsas informações" de Moscou. "Estamos aqui e prontos para lutar até ao fim! Não cederemos um único metro do nosso território sem lutar", afirmou a unidade em nota. Se confirmada, a entrada das forças russas nessa região ucraniana teria valor estratégico, no momento em que as conversações diplomáticas para a resolução do conflito não têm apresentado resultados. Centros de recrutamento militar Nos últimos dias, as tropas russas atingiram repetidamente centros de recrutamento do Exército ucraniano, que se esforça por atrair novos recrutas após quase três anos e meio de invasão russa. Na plataforma Telegram, o Exército adiantou que três pessoas ficaram feridas em Kharkiv, no nordeste do país, e um soldado ficou ferido na cidade de Zaporizhia, no sul, durante esses ataques. Na última madrugada, os ataques russos em outras regiões da Ucrânia causaram pelo menos quatro mortos e dezenas de feridos, obrigando os civis a se refugiarem em abrigos antibombas, de acordo com as autoridades locais. Na cidade de Kharkiv, um jornalista da agência France-Presse viu civis sendo retirados de um edifício danificado pelo fogo russo. A nova onda de ataques russos deixou pelo menos dois mortos e dois feridos na região de Sumy, no norte do país, e um morto na região sul de Odessa, perto do Mar Negro, segundo os serviços de emergência da Ucrânia. Outra pessoa morreu na região de Kherson. Os drones russos também atingiram a capital Kiev, danificando edifícios mas sem causar vítimas, escreveu o presidente da Câmara, Vitali Klitschko, no Telegram. De acordo com a Força Aérea ucraniana, a Rússia disparou 101 drones durante a noite, 75 dos quais foram interceptados pelas defesas antiaéreas. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a insistir que a entrega de sistemas de defesa antiaérea continua a ser "prioridade absoluta" para as suas tropas face aos ataques russos diários. O chefe da administração presidencial ucraniana, Andriï Iermak, defendeu que o Ocidente deve compreender que o aumento da produção de armas pela Rússia está antecipando o dia em que elas não serão utilizadas exclusivamente contra a Ucrânia. A Bloomberg informou que em chamada telefônica na última sexta-feira entre Zelensky e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi abordada a substituição da embaixadora da Ucrânia nos EUA, Oksana Markarova. A Casa Branca e a Presidência ucraniana ainda não confirmaram a informação. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas Rússia faz maior ataque de drones a Kiev Ucrânia: central nuclear de Zaporizhia perde ligação com rede elétrica Rússia e Ucrânia trocam prisioneiros de guerra jovens e feridos