Os investimentos em infraestrutura no país devem chegar a R$ 277,9 bilhões este ano, segundo estimativa divulgada nesta sexta-feira (13) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Caso se confirme, o valor será 4,2% superior ao observado no ano passado, de acordo com a CNI. A proporção dos investimentos em infraestrutura em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), no entanto, deve ser reduzida dos 2,27% observados em 2024 para 2,21% projetados para este ano. O analista da CNI Ramon Cunha explica que o Brasil historicamente investe pouco em infraestrutura. “Em algumas atividades, o país investe menos do que o necessário para suprir a própria depreciação desses ativos. Isso se reflete, na prática, em estradas com conservação inadequada, instabilidade em termos de fornecimento de energia e serviços de telecomunicações, e, ainda, em precariedade no abastecimento de água e no tratamento de esgoto”. Segundo a CNI, os setores onde são esperados mais crescimentos no investimento, neste ano, são saneamento básico e transportes. >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp A confederação também estima que 72,2% dos investimentos virão da iniciativa privada, mantendo a tendência observada desde 2019, quando o capital privado responde por mais de 70% desses aportes. Para a CNI, apesar dos avanços observados nos últimos anos, a infraestrutura nacional ainda precisa superar deficiências, a fim de dar condições ao país para concorrer internacionalmente. Entre as principais dificuldades apontadas pela confederação estão entraves regulatórios, demora no processo de licenciamento ambiental e investimentos insuficientes. Recomendações O estudo da CNI enumerou oito pilares que seriam considerados essenciais para a modernização da infraestrutura brasileira, entre eles tornar o investimento em infraestrutura uma política de Estado e garantir sua melhor governança; e ampliar de forma responsável e com racionalidade econômica os investimentos públicos, direcionando-os para projetos de maior retorno para a sociedade. Também são recomendações da CNI que o governo seja rigoroso nos critérios de escolha de investimentos públicos e parcerias público-privadas, que haja maior segurança jurídica para os investimentos privados, que seja aprimorada a regulação do setor de infraestrutura, e que seja ampliada a participação dos mercados de capitais no financiamento de projetos de infraestrutura. Outros pontos considerados importantes são o fortalecimento o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como estruturador de projetos sustentáveis de infraestrutura e o apoio à expansão gradual dos investimentos em infraestrutura até que seja atingido o patamar de ao menos 4% do PIB. Relacionadas Indústria recua em nove locais pesquisados pelo IBGE Lula anuncia R$ 10 bilhões para indústria no Nordeste Agroindústria beneficia bioativos com energia limpa na Ilha do Marajó