Autoridades da China lançaram nesta terça-feira (15) uma campanha para combater o que consideram comportamentos maliciosos nas plataformas de vídeos curtos, como a versão chinesa do TikTok, incluindo a dramatização e a imitação. A Administração do Ciberespaço informou que a iniciativa visa criar um ambiente digital "claro e ordenado", através da "identificação e correção de comportamentos irregulares" em plataformas de vídeo como o Douyin, a versão chinesa da aplicação internacional TikTok, que está bloqueada na China. A campanha se centrará em tendências como a criação deliberada de conteúdos falsos, tais como a "encenação de situações lamentáveis", a falsificação de identidade ou a "invenção de histórias melodramáticas com fins lucrativos", por vezes sob o pretexto de ajudar grupos vulneráveis ou de aliviar a pobreza, noticiou o jornal local The Paper. As autoridades conclamaram as plataformas a realizar inspeções minuciosas e a tomar medidas de controle também contra a divulgação de informações falsas através de técnicas como a edição manipulada, a apresentação distorcida de fatos ou a utilização indevida de ferramentas de inteligência artificial. Serão igualmente controlados o conteúdo que viole as regras de decência pública, como o assédio verbal ou físico em espaços públicos, bem como vídeos que contenham insinuações sexuais ou mostrem roupas provocantes, que procurem "induzir interações de natureza vulgar", informou o regulador. Alvos do governo As autoridades vão se concentrar nas práticas que visam atrair visualizações de forma considerada "inadequada", especialmente as que visam grupos vulneráveis. Entre essas práticas, o governo citou os títulos sensacionalistas e a publicação de avaliações fictícias de produtos ou serviços. As aplicações de vídeos curtos na China, incluindo o Douyin e o Kuaishou, têm cerca de um bilhão de usuários, de acordo com o Centro de Informação sobre Internet e Redes do país. A China é a nação com mais usuários da internet no mundo, mas, ao mesmo tempo, é um dos países com maior controle sobre conteúdo. Serviços populares no resto do mundo como o Google, Facebook, Twitter e YouTube estão bloqueados no país há vários anos. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas China quer reprimir comportamentos maliciosos nas redes