Pelo menos 11 pessoas morreram, incluindo quatro crianças, em ataques israelenses realizados contra Gaza na madrugada de hoje (24), informou a Defesa Civil do enclave palestino. Na manhã deste domingo, os militares israelenses emitiram novas ordens de saída para a população de um subúrbio oriental da Cidade de Gaza, o que provoca nova onda de deslocamentos. A Defesa Civil anunciou a morte de 11 palestinos, “incluindo crianças”, em dois ataques aéreos contra campos de refugiados, em Al-Bureij e Al-Maghazi, no centro do enclave, e disparos de artilharia em Beit Lahia. Testemunhas relataram ainda à agência de notícias AFP um intenso fogo de artilharia na zona de Al-Mawasi (sul). De acordo com a agência de notícias EFE, quatro crianças morreram nesses ataques. Hossam Abou Safiyeh, diretor do Hospital Kamel Adwan, no norte da Faixa Safiyeh de Gaza, ficou gravemente ferido durante a noite, após ataque com drones à unidade de saúde. Safiyeh foi ferido nas costas e na coxa por fragmentos de metal após o ataque ao complexo hospitalar, disse à AFP o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmmud Bassal, acrescentando que o médico agora encontra-se “estável”. "Isso não nos impedirá de concluir a nossa missão humanitária e continuaremos a fazer esse trabalho a qualquer custo", disse AbuSafiya, em declaração em vídeo divulgada pelo Ministério da Saúde. "Somos alvos diariamente. Eles me atacaram há um tempo, mas isso não nos impedirá”, afirmou. O Hospital Kamel Adwan é um dos últimos que ainda funciona parcialmente no território palestino, que enfrenta grave crise humanitária. As equipes do hospital registraram várias greves no estabelecimento nos últimos dias, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que está profundamente preocupada com a situação de 80 doentes, incluindo oito em cuidados intensivos, e funcionários. Os hospitais da Faixa de Gaza foram atingidos várias vezes desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada pelo ataque sem precedentes do grupo islâmico palestino a Israel, em 7 de outubro de 2023. O Exército israelense afirma que o Hamas utiliza essas instituições como bases, escondendo as atividades entre os civis, o que o grupo e o pessoal médico negam. Evacuação na cidade de Gaza O Exército de Israel deu novas ordens de saída aos moradores do subúrbio de Shejaia, divulgadas pelo porta-voz do Exército na rede social X. "Para sua segurança, devem retirar-se imediatamente para o sul", disse o militar. O norte do território palestino é palco de grande ofensiva, lançada em 6 de outubro pelo Exército israelense, que diz querer impedir que o Hamas reconstitua suas forças. Mais de 44 mil pessoas já morreram em Gaza desde o início da guerra, segundo as autoridades do enclave, controladas pelo Hamas. *É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas EUA vetam resolução do Conselho da ONU sobre cessar-fogo em Gaza Carta final do G20 condena guerras em Gaza e na Ucrânia