Os Estados Unidos iniciaram na noite desta terça-feira (5) a apuração das urnas na eleição que decidirá o próximo presidente do país, entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris. A apuração pode levar dias até o anúncio do resultado final, considerado histórico diante de um dos pleitos mais acirrados e polarizados já vividos pelo país. A contagem de votos é iniciada após o fechamento das urnas, porém os resultados são conhecidos de forma dispersa em razão das diferentes regras eleitorais nos 50 estados e fusos horários. Além disso, alguns estados permitem o voto por correspondência, que podem ser contados após a data da votação. Até as 22h10 (horário de Brasília) desta terça-feira (5), projeções apontavam vitória de Donald Trump em Indiana e Kentucky, enquanto que Kamala Harris conquistou Vermont, com o fechamento das urnas nos seis primeiros estados dos EUA, incluindo a Geórgia, segundo a agência de notícias Reuters. A Geórgia está entre os sete estados cruciais que provavelmente decidirão o vencedor da disputa, com as pesquisas de opinião mostrando os rivais empatados em todos os sete -- Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin -- até o dia da eleição. Indiana tem 11 votos no Colégio Eleitoral, enquanto Kentucky tem 8 votos e Vermont, 3 votos. Donald Trump, do Partido Republicano, e Kamala Harris, do Partido Democrata, disputam corrida à Casa Branca- Arquivo/Reuters/Proibida reprodução Como funciona a eleição nos EUA Como a votação é indireta, a disputa presidencial não se baseia apenas no voto popular, mas no sistema conhecido como Colégio Eleitoral. Nesse sistema, o candidato vencedor em cada estado, bem como no Distrito de Colúmbia -- onde fica a capital, Washington -- recebe os votos aos quais cada estado tem direito dentro do Colégio Eleitoral, ou seja “the winner takes all”, no qual “o vencedor leva tudo”. No caso, todos os votos dos delegados do estado. Esta quantidade de votos é definida com base no tamanho da população estadual. No Nebraska e no Maine, os candidatos levam os votos proporcionalmente de acordo com os distritos eleitorais em que vencerem. O Colégio Eleitoral é formado por 538 delegados. Para vencer, é preciso conquistar 270 votos. Dessa forma, o vencedor não necessariamente é o ganhador no voto popular. A Califórnia é o estado com maior número de delegados, 54. O segundo estado com mais delegados é o Texas (40), seguido da Flórida (30), Nova York (28 ) e de Illinois e Pensilvânia (19, cada um). Os com menor número são Dakota do Norte, Delaware, Dakota do Sul, Vermont, Wyoming, distrito de Columbia e Alasca (3 delegados, cada); Maine, Montana, Idaho, New Hampshire, Virgínia Ocidental, Rhode Island e Havaí (4 delegados, cada). Se, por um lado, existem estados em que o resultado da disputa costuma ser mais previsível, com eleitores historicamente apoiadores de um ou outro partido, por outro, há estados em que, também historicamente, não há maioria absoluta nas intenções de votos. São os chamados swing states – em tradução livre, “estados pendulares”, onde qualquer partido pode sair vitorioso. Sete estados são considerados pêndulos: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin. No caso de um empate de 269 a 269 votos, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos escolhe o vencedor, com a delegação de cada estado tendo direito a um único voto. Outra peculiaridade do sistema eleitoral norte-americano é que alguns estados permitem o voto antecipado, como forma de evitar longas filas e tumulto no dia das eleições. Pelo processo antecipado, o eleitor pode mandar seu voto pelos Correios, até mesmo do exterior, ou depositá-lo em locais predeterminados. * Com informações da RTP e dos repórteres Jarrett Renshaw, Gabriella Borter, Joseph Ax e Helen Coster, da Reuters. Relacionadas Resultado das eleições definirá política externa dos Estados Unidos Entenda o processo eleitoral dos Estados Unidos