Para a coordenadora do cursinho, os alunos deste ano percorreram bem o caminho de estudos. “Acredito que as turmas são sementes, sementes da volta ao presencial. Ainda que o resultado não chegue, só de pensar que os ajudamos a percorrer um pouco mais dessa estrada já me deixa feliz e satisfeita”.
É o que está fazendo o estudante Rafael Santos da Silva, de 18 anos. Candidato ao curso de biomedicina na Fuvest, na Unicamp e no Enem, ele disse que vai fazer os exames, mas está se preparando mesmo é para o próximo ano. “Este ano não estou com muita expectativa, porque a nota de corte é muito alta, e é muita coisa para estudar em um ano só. Mas estou adquirindo uma base grande para me preparar mais para o ano que vem”.
Ele também terminou o ensino médio em escola pública e acredita que o cursinho tem dado suporte na aprendizagem. “O cursinho foi uma ponte bem grande para mim, me deu uma base muito boa de tudo e um suporte que eu não tive por causa da pandemia. Além de estudar em escola pública, a pandemia dificultou muito a aprendizagem e, ainda, o vestibular, porque a escola pública não prepara tanto. Então foi bem difícil no ano passado.”
A diretora do cursinho afirmou que os alunos recebem, no início do aluno, um reforço para compensar a defasagem. “No início do ano, temos um período de ciclo básico, onde tentamos repassar as disciplinas mais básicas e comuns. Porém, infelizmente, fica difícil, com o tempo que temos, restabelecer o aprendizado que deveria vir do ensino regular”.
Trabalho e estudo
O estudante Pedro Guilherme Araújo de Souza, de 18 anos, tem que conciliar os estudos com trabalho à noite. Ele é candidato a uma das vagas do vestibular de história da USP e também vai prestar o Enem.
“Trabalho no período da noite, mas é um “bico” para poder custear minha passagem até aqui e algumas coisas do dia a dia. Dá para conciliar, porque trabalho em casa”. Ele também terminou o ensino médio em escola pública e tenta recuperar a aprendizagem.
“Eu me senti muito prejudicado, foi uma época bem atípica. No segundo ano, eu já tinha interesse em me preparar para o vestibular, mas quando chegou a pandemia eu me desfoquei total disso. Foi uma época tentando cuidar de mim mesmo, foi bem difícil o estudo, porque eu senti que fui muito deixado de lado no ensino, por conta da escola não ter dado suporte e o centro de mídias era uma plataforma muito ruim. Mas na metade do 3º ano, eu decidi que ia estudar. Entrei em sites de cursinho pré-vestibular e fui estudando, mas neste ano estou estudando para valer”.
A diretora do cursinho disse que entidade tem capacidade para atender 120 alunos. “Mas, no decorrer do ano, eles vão saindo por motivos diversos. Atualmente nosso número é menor. Desde o começo do ano houve desistência, porém, nosso nível de evasão no presencial é menor do que quando estávamos no modelo a distância”.
Ela afirma que algumas dificuldades levam à evasão dos estudantes. “Desmotivação dos alunos, problemas básicos de estrutura como dinheiro para passagem, para alimentos e para problemas de saúde mental”.
Apesar das dificuldades, Thainá afirma que o cursinho leva a uma boa taxa de aprovação dos alunos. “Juntos, nós aprovamos mais de 200 alunos em universidades públicas ou particulares com bolsa, nosso trabalho tem muitos impasses e muitas incertezas, mas juntos temos a missão de transformar em realidade o sonho de entrar na universidade!”.
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