Um raio vermelho surge na cidade, liberando um som inconfundível e causando certa vibração. Diferentemente dos que vieram antes, ele é mais calmo, embora saiba ser arisco na hora certa. Tem porte bruto, mas, quando se chega perto, traz nos detalhes seu ponto forte, vindos de sua terra natal, o berço mundial do estilo e das gesticulações. Seu nome é Ducati Monster 821, a nova moto de entrada da marca italiana, que chega ao Brasil por R$ 43.900.
Substituto da 796, o modelo chega ao mesmo tempo em que a Ducati faz dois anos de Brasil. A fabricante ainda luta para se firmar no País e aposta na renovação de seus produtos e em uma nova concessionária em São Paulo, que será aberta no final de setembro em parceria com o Grupo Caltabiano, para se consolidar
A 821 mostra uma grande evolução em relação à 796, que até então era o modelo de entrada no País. O motor novo, o Testastretta 11°, de dois cilindros em "L", gera 25 cv a mais que antes, totalizando 112 cv a 9.250 rpm. Já o torque é de 9,1 mkgf a 7 750 rpm (1,1 mkgf a mais), administrado pelo câmbio de seis marchas.
Com ele a 821 roda bem mais suave que a 796, inclusive no âmbito urbano, local em que a Ducati ainda sofre um pouco com as vibrações e pouca vocação para andar devagar. Mas, se a antecessora chegava a ser incômoda em baixa rotação, a novata passa longe disso, mostrando certa suavidade sem perder o espírito arredio característico da fabricante.
O acelerador "ride-by-wire", eletrônico, também ajuda a manter o motor na rotação ideal no trânsito, melhorando o uso urbano da moto. Outra mudança importante que também favorece a condução citadina é a nova posição de pilotagem, mais sentada, menos inclinada e com o guidom mais perto do corpo do piloto.
O assento também tem mais ajustes agora, que vão de 810 a 785 milímetros de altura. E se não for suficiente, há um outro banco opcional, que abaixa a montada para 745 mm.
No mais, ela continua muito boa de curva, com seu centro de gravidade acertado e distribuição de peso quase equânime, de 47,5% na dianteira e 52,5% na traseira. Os freios também são excelentes, de nona geração da Bosch, que trabalham em conjunto com o controle de tração Ducati.