A produção industrial em São Paulo, principal parque fabril do País, teve em junho a maior queda entre 15 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O recuo foi de 9,2% em relação a igual mês do ano passado. Trata-se ainda da 16ª retração consecutiva na atividade da indústria paulista, algo inédito na série.
O índice nacional de produção também está no vermelho há 16 meses. "Após 12 meses de retração consecutiva, significa que está havendo recuo sobre um mês que já tinha registrado queda. O mesmo cenário ocorre no Brasil", afirmou o economista Rodrigo Lobo, da Coordenação de Indústria do IBGE.
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) destacou que a crise da indústria brasileira ficou mais aguda no seu principal centro, São Paulo, no segundo trimestre de 2015. "Por ser o maior e mais diversificado parque industrial do País, a evolução da produção industrial em São Paulo dá não somente a dimensão da grave crise pela qual a indústria Vem passando, mas também aponta para um final de ano que poderá ser um dos piores da história recente dessa mesma indústria", diz análise divulgada pelo órgão
Ao todo, sete das 15 regiões tiveram queda na produção em junho ante o mesmo mês de 2014. Além de São Paulo, tiveram recuos intensos Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás, todos com retração mais acentuada do que a média nacional (-3,2%) no período.
Na indústria paulista, a atividade está 18,2% abaixo do seu pico histórico, atingido em março de 2011. O número se aproxima do registrado em dezembro de 2008, quando houve o pior resultado e a atividade.
O Rio de Janeiro, segundo maior Estado em termos de importância para a indústria, também está longe do melhor momento. Com queda de 0,2% na produção em maio, a região está 15,9% abaixo de seu pico histórico, atingido em fevereiro de 2011. As atividades que puxaram essa queda foram veículos automotores, com destaque para caminhões, e refino de petróleo.