Se você já perdeu o sono pensando no fluxo de caixa, esta mensagem é para você. Um estudo global realizado pela Gallup e World Health Summit revelou que o mundo está vivendo "no limite emocional". Para os micro e pequenos empresários, essa expressão tem um significado mais profundo: o sucesso do negócio depende não apenas de números no papel, e sim da capacidade de manter a mente sã em meio ao turbilhão de responsabilidades. 

O relatório "State of the World's Emotional Health 2025" mostra que 39% da população global vive em estado de preocupação constante e 37% em estresse permanente. Para o empresário, essas estatísticas ganham vida na forma de boletos a vencer e funcionários para pagar. O estudo, baseado em 145 mil entrevistas de 144 países, defende que as emoções devem ser tratadas como um "sinal vital" e se há alguém que precisa monitorar esses sinais diariamente, somos nós.  

A pesquisa descobriu uma ligação entre emoções negativas e a fragilidade da paz social. Nos negócios, podemos observar uma "paz empresarial" igualmente vulnerável. Aquela tristeza que aparece quando um projeto não decola ou a exaustão física das longas jornadas não são simplesmente sentimentos passageiros. São sinais de alerta precoce de que algo fundamental está em risco, tanto na saúde quanto na sustentabilidade do empreendimento. 

Um dado que merece atenção mostra que o estresse atinge seu pico global entre adultos de 30 a 49 anos, exatamente a faixa etária que forma o coração do empreendedorismo.  

O mesmo relatório que nos alerta sobre essa crise também nos aponta caminhos de esperança. As experiências positivas, como se sentir respeitado e valorizado, demonstraram uma resiliência notável mesmo em tempos difíceis. Esta é a pista que devemos seguir: cultivar pequenos momentos de descanso, buscar conversas com outros empreendedores que compreendem nossos desafios e, principalmente, entender que cuidar da saúde mental deixou de ser um item secundário para se tornar a mais inteligente das estratégias de negócio. 

 

Márcio Barbosa é consultor de negócios do Sebrae-SP