Estamos nos aproximando do final do terceiro ano do governo Lula. E é um momento importante para prestarmos atenção de como está se comportando a economia do país. Existe uma narrativa que recheia o conteúdo de vários analistas, que a todo momento são obrigados a corrigirem suas previsões sobre o desempenho da nossa economia.
Se voltarmos para o final de 2022, vamos nos deparar com inúmeras análises pessimistas sobre o país conduzido pelo atual governo. Economistas, estrategistas, gestores e agentes do mercado estavam temerosos em relação à possibilidade de vitória petista, confirmada em 2º turno no dia 30 de outubro. Investidores se deparavam com diferentes previsões, que passavam de uma escalada do dólar, intervenções nas estatais e descontrole do cenário fiscal. Hoje, com quase três anos desse governo, dá para dizer que muitas dessas previsões não se confirmaram.
Mês a mês os analistas tiveram que fazer correções em suas previsões sobre o crescimento PIB sempre para cima, a expectativa em relação ao comportamento da inflação se mantém dentro da meta, os investimentos estão aumentando, a renda média da população está se elevando e, com isso, a economia vai entrando no chamado ciclo virtuoso.
Do dia 11 de janeiro de 2021, quando a Ford anunciou o fechamento das três fábricas que operavam no Brasil, para cá, estamos vivendo um momento em que diversas montadoras de veículos anunciam volumosos investimentos no Brasil. Para os especialistas, o sentimento positivo do setor vem na esteira da melhora no cenário de crédito e da cadeia de fornecimento, além de incentivos mais claros à indústria e perspectivas mais positivas para a economia.
Entre o fim de 2023 e o início de 2024, uma onda otimista tomou conta da indústria automotiva brasileira. Grandes montadoras voltaram a aquecer o mercado anunciando investimentos que, juntos, chegam a R$ 125 bilhões até 2033. Esse é o maior ciclo de aportes do setor na história, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Só no ano passado, foram anunciados mais de R$ 60 bilhões pelas empresas, em recursos destinados à ampliação de produção e desenvolvimento de tecnologia no país.
No que se refere ao mercado de trabalho, mais uma ótima notícia. Conforme os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no final de outubro, o índice de desemprego caiu para 5,6%, o menor patamar da série histórica, iniciada em 2012. E essa redução do desemprego está espalhada pelo país.
Contra fatos não há argumentos.
Afonso Pola é sociólogo e professor