A indústria responde por mais de 31% do consumo final de energia elétrica do Brasil. Quando se considera também o uso no transporte, esse percentual sobe para cerca de 65%. A energia é insumo essencial para o funcionamento das empresas e, portanto, um fator que impacta diretamente o custo de produção e o preço final dos produtos, comprometendo a competitividade da indústria nacional.

Dados recentes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), revelam não apenas o elevado consumo do setor industrial, mas também um desafio persistente: o alto custo da energia elétrica no país. Impostos, taxas e subsídios compõem um dos principais gargalos para a competitividade brasileira frente a outras economias.

Mesmo com os avanços proporcionados pelo Mercado Livre de Energia - que permite aos grandes consumidores negociar diretamente com os fornecedores, definindo preços, prazos e condições - o custo do produto ainda é elevado, em grande parte devido à complexa carga tributária que incide sobre a energia elétrica.

Além da questão econômica, o Brasil enfrenta outro obstáculo: a instabilidade das redes de transmissão. No período de verão, quando aumentam as chuvas e tempestades, essa fragilidade se torna evidente. Quedas de árvores ou ventos mais fortes são suficientes para interromper o fornecimento e paralisar linhas de produção, causando prejuízos expressivos às empresas. Sem contar o risco sobre o maquinário que não resistem aos apagões.

O setor elétrico é estratégico para o desenvolvimento nacional. Reduzir custos e aumentar a confiabilidade do fornecimento devem ser prioridades. Um sistema tributário mais simples, com imposto único e transparente, somado a investimentos em infraestrutura e modernização da rede, pode garantir energia mais acessível e estável, condição indispensável para fortalecer a indústria brasileira e impulsionar o crescimento do país.

José Francisco Caseiro é diretor regional do CIESP Alto Tietê