A saúde mental dos colaboradores na indústria ganha evidência com as recentes atualizações da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1). As empresas terão de incluir em seu mapeamento os riscos psicossociais. Neste primeiro momento, a regra tem caráter educativo e orientativo, situação que deve mudar a partir de 2026, quando o descumprimento da norma poderá resultar em sanções administrativas e judiciais.
De olho nas mudanças da NR-1 promovidas pelo Ministério do Trabalho e seus impactos para a indústria, o Sesi Mogi das Cruzes promoveu recentemente um importante evento com a presença de especialistas, com o objetivo de apresentar os principais pontos da regra e orientar representantes de indústrias de vários segmentos da região.
A preocupação com a saúde mental dos colaboradores reflete um aspecto que vem ganhando destaque desde a pandemia de Covid-19, algo que deve ser considerado pelas indústrias. Como na famosa citação "Mens sana in corpore sano" – mente sã em um corpo são –, para se ter uma boa saúde física, a parte psicológica também deve estar em dia.
A partir de agora, além dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho, as empresas precisarão estar atentas para identificar e administrar os riscos que afetam a saúde mental, um assunto que precisa se tornar rotina, desde já, na cultura das indústrias.
Diante desse novo cenário, é imperativo que as indústrias não apenas cumpram as exigências legais, mas que adotem uma postura proativa na promoção da saúde mental de seus colaboradores. Ignorar esse movimento é negligenciar não só a legislação, mas também a produtividade, o engajamento e a sustentabilidade do próprio negócio. Adaptar-se às novas diretrizes é, portanto, mais do que uma obrigação: é uma oportunidade para construir ambientes laborais mais humanos, resilientes e preparados para os desafios do presente e do futuro.
José Francisco Caseiro é diretor regional do CIESP Alto Tietê