Na antiga Grécia, o filósofo Platão em comentários na República, entendia que as cidades não deveriam ter mais de vinte mil habitantes. E tudo deveria ser muito planejado. Qual o total de pessoas que trabalharão na produção alimentos; quantos cuidarão do exército, quantos governarão a cidade, e assim por diante. Quando uma cidade ultrapassasse vinte mil habitantes, começariam a construir outra. Mas, Platão não pensou ou imaginou que a população mundial cresceria tanto e chegasse a bilhões de habitantes, como na atualidade. 

A vida nas cidades hoje se tornou insuportável e cada vez mais as dificuldades aumentam, pois todos têm direitos de morar, viver bem, cuidar das famílias, da educação e do trânsito. Lamentavelmente somos individualistas e não pensamos como comunidade. O trânsito, por exemplo, numa cidade de milhões  habitantes, se congestiona a cada momento e se passam horas dentro dos veículos para se chegar ao destino. 

A cultura do consumismo e de conquistar “coisas” cada vez mais, acumular e acumular o que não se precisa, leva a loucura por controle, por status e por domínio. Que falta faz o planejamento das famílias, do Estado e das comunidades. Quanto mais o povo se organizar, menos precisará do Estado e mais liberdade haverá nos seio das populações, criando uma nova cultura. É uma utopia? Sem, dúvida, mas é necessário pensar e ter visões. É preciso muitas astucias sabedoria e planejamentos para projetar as nações para desenvolvimento e purificação das mentes humanas. 

No momento em que a população se estabilizar, entre nascimentos e mortes, população adulta para o trabalho e aposentados, é bem provável que os países darão  um salto na história e se equilibrarão de vez em todos os sentidos. As ideias de Platão podem estar ultrapassadas para os tempos atuais, mas não o pensamento sobre planejamento que as Cidades Estados gregas se propuseram a realizar.  

É chegada à hora da nação se estabilizar, planejar e colocar no comando dos governos pessoas de grande competência. Como primeiro passo para evolução e desenvolver um país é a dedicação dos governos e juntamente com a população planejar a elevação da consciência. “Nunca pergunte o que o seu país poderá fazer por você, mas sim, o que você poderá fazer para o seu país”, lembrando “John Kennedy”.


Olavo Arruda Câmara é advogado, professor, Mestre e Doutor em Direito e Política.