As enchentes que atingiram cidades da região nos últimos dias evidenciam problemas não apenas relacionados à preparação para o enfrentamento das emergências climáticas, mas também quanto à moradia e a vulnerabilidade social. As pessoas que estão em áreas de risco sobrevivem com poucos recursos, sem alternativas e oportunidades para estar em locais mais protegidos das variações do clima que têm se intensificado nos últimos anos. 

Não é de hoje que o problema persiste e a situação financeira, também agravada pela não tão distante pandemia de Covid-19, deixou ainda mais famílias vulneráveis. A desigualdade em nosso país é gritante, com regiões ricas e mais pobres separadas fisicamente por distâncias curtas, mas em relação às condições de vida por espaços cada vez maiores. 

É urgente encontrar opções de moradia para essas famílias vulneráveis, fortalecendo programas habitacionais direcionados a pessoas de baixa renda, seja por meio do Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, ou da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do Estado de São Paulo, ou outra opção que venha a surgir. E enquanto eles não se concretizam,  as famílias desalojadas a cada grande tempestade são destinadas aos abrigos e talvez posteriormente recebam o aluguel social. 

Tanto no programa federal como estadual, há reserva de vagas para famílias com pessoas com deficiências graves e irreversíveis e compostas por idosos. O Minha Casa, Minha Vida também prioriza famílias que têm uma mulher como responsável pela unidade familiar, um número que cresce a cada dia. 

Na região, vemos o surgimento nos últimos anos das Secretarias de Habitação, mesmo que junto com outras pastas já ganham mais força do que como coordenadorias. Iniciativas importantes que resultaram no avanço dos programas de regularização fundiária, o que também contribui na questão da moradia, garantindo e melhorando as condições de núcleos habitacionais nas cidades. 

A moradia é mais um desafio para os gestores em todas as esferas, assim como o enfrentamento dos muitos problemas decorrentes das enchentes e da vulnerabilidade das famílias em áreas de risco.