O Brasil vive o maior surto de dengue dos últimos 24 anos e bateu já no final de abril a estimativa de 4,2 milhões de casos da doença previstos para todo o ano de 2024. Segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o país soma 4.235.302 registros da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e 2.149 mortes. Outros 2.271 óbitos estão em investigação.

Na região, nesta semana registramos a 15ª morte por dengue e alcançamos a marca de mais de 13,4 mil pessoas diagnosticadas pela doença. Isso em contar os casos que estão sendo investigados e aguardam confirmação.

O ritmo que a doença avança não é o mesmo que a vacinação chega até a população. De acordo com matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, o Estado vacinou cerca de 5,7% do público-alvo com a primeira dose da vacina contra dengue até o último dia 25.

Foram aplicadas 66.065 doses em crianças de 10 a 14 anos nos 61 municípios nas regiões de saúde do Alto Tietê, Aquífero Guarani, Metropolitana de Campinas, São José do Rio Preto e capital paulista.

O cálculo foi feito com base na população de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos dos municípios que receberam as doses. De acordo com dados do Censo 2022, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a faixa etária nessas regiões totaliza 1,159 milhão de pessoas.

Ainda segundo a reportagem, dados da Secretaria de Estado da Saúde relevam que 61.586 das doses foram aplicadas em crianças de 10 a 14 anos nas cidades do Alto Tietê, incluindo Guarulhos. O número corresponde a uma cobertura de 30,8% da população elegível.

Falta interesse na vacina por parte da população? Falta incentivo e divulgação por parte das prefeituras? A desconfiança em relação a eficácia ou efeitos colaterais do imunizante também tem parte de culpa em relação a baixa cobertura? Não é difícil imaginar que todos esses fatores estão interferindo no sucesso da campanha. 

É preciso repensar estratégias o quanto antes, reforçar a prevenção e superar esse momento crítico ou viveremos momentos ainda mais graves.