Infelizmente não causou surpresa o fato do Governo do Estado ter mantido, até o momento, a audiência pública de um projeto que prevê a implantação de pedágios nas rodovias Mogi-Dutra e na Mogi-Bertioga, e envolve mais de dez cidades para ser realizada na capital. Longe da participação popular que esse tipo de evento preconiza, são poucos que podem se deslocar da Região Metropolitana e do Litoral em uma sexta-feira de manhã para acompanhar a proposta do Estado, e tentar ser ouvido. A maioria das entidades de Mogi das Cruzes já se manifestou contrária à decisão por meio de notas de repúdio, e contam com o apoio do Grupo Mogi News. 

A audiência, no auditório do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), será no formato híbrido, com transmissão online, o que também não garante uma efetiva participação da popular. Mesmo com a mobilização do Movimento Pedágio Não, com integrantes inscritos para se manifestar, o risco é grande de um evento realizado apenas para que o Estado cumpra os trâmites para dar continuidade na tramitação do projeto. 

Esperamos que não seja assim, uma mera formalidade, que realmente seja aberto espaço para os argumentos técnicos sobre as alternativas que existem e os muitos prejuízos decorrentes da medida para Mogi e as cidades vizinhas.   


Nosso apoio ao Movimento Pedágio Não, que reuniu diferentes entidades e também políticos de Mogi e região, e conseguiu nos governos anteriores de João Doria e Rodrigo Garcia a mobilização necessária para barrar o projeto. Que a vitória se repita, apesar dos obstáculos colocados pelo Governo do Estado. 


Seja qual for o tema a ser debatido, cabe aos governantes estarem preparados para defender a medida que propõe com sólidos argumentos, e estar preparado para o diálogo com aqueles que pensam diferente, que cobram outras demandas de suas cidades e até mesmo quando se trata de categorias profissionais. 


No caso de Mogi e o pedágio, temos não apenas o não queremos a instalação, temos técnicos que apontam alternativas que já foram apresentadas e devem ser levadas em conta. É hora de ouvir a população!