A região, em especial os mogianos, fez bonito na audiência promovida anteontem em São Paulo para debater a concessão das rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, bem como a instalação de pedágio nessas vias. Mesmo a reunião tendo mais de 6 horas de duração, representantes de entidades e associações de Mogi e do Alto Tietê ficaram até o fim para participar e expor seu ponto de vista.
Para quem acompanhou o debate, era nítido o preparo e os bons argumentos usados por todos aqueles que tiveram a chance de se manifestar e aguardaram tantas horas para isso. Quem será realmente afetado, como produtores, comerciantes e a população em geral, não fugiu do debate, pelo contrário, encarou o fantasma do pedágio de frente.
Os vereadores de Mogi também marcaram presença, 19 dos 23 parlamentares estiveram presencialmente na audiência e pelo menos sete conseguiram falar e apresentar os pontos negativos da proposta estadual.
Outras cidades também serão afetadas pelo projeto, mas sem dúvida Mogi era a mais presente e engajada contra o pedágio, uma vez que esse fantasma da cobrança nos assombra desde 2019 e, em outros momentos, população, entidades e autoridades também precisaram se unir para barrar essa iniciativa do Estado.
A união atual, no entanto, perdeu alguns representantes importantes pelo menos até o momento. Somente o deputado estadual e presidente da Alesp, André do Prado, participou da audiência. Os demais não se manifestaram sequer online.
Se Mogi, e o Alto Tietê como um todo, querem realmente ter alguma chance de impedir a cobrança nas estradas, vão precisar de toda a força política regional alinhada e pronta para atacar, caso contrário será uma questão de tempo ver a população pagando para circular dentro da própria cidade, por exemplo.
Independente dessas ausências, Mogi mostrou que está bem viva e que não aceitará calada um projeto que cobra caro do mogiano em troca de contrapartidas muito fracas, que pouco farão para colaborar de fato com o desenvolvimento da cidade.