Os holofotes geralmente estão nas jovens gerações, que com certeza demandam nossa atenção e políticas públicas que garantam sua segurança não apenas nas escolas, tema urgente e necessário, mas em todos os ambientes, como o próprio lar, onde infelizmente não são raros os casos de violência física e até mesmo sexual. Porém, também é preciso olhar por aqueles para as pessoas idosas, que fazem parte, ou pelo menos deveriam, do futuro almejado por quem não deseja ter a vida interrompida tão cedo.

Esta semana temos os Jogos da Melhor Idade (JOMI), promovidos pelo governo do Estado, reunindo milhares de pessoas com 60 anos ou mais na cidade de Guaratinguetá. Certamente, lá estão representando nove das dez cidades da região, como também o Vale do Paraíba e a Grande São Paulo, atletas com mais vitalidade, e com um condicionamento físico melhor que muitos jovens, e com idades que superam os 60, 70, 80 e 90 anos.

A cidade do interior do Estado está recebendo pessoas que, em algum momento da vida, se atentaram para a importância da prática de uma atividade física ou esportiva, de manter em movimento o corpo e a mente, buscando também a socialização e a convivência com quem está na mesma faixa etária. 

Melhor Idade não é o melhor termo para a fase mais longeva da vida, que pode vir ou não acompanhada de problemas de saúde. E passamos mais tempo na maturidade do que na infância e juventude. Nem todas as pessoas idosas, têm limitações, mas será que essa é a melhor fase da vida? Pode ser para alguns, mas não para todos, podemos falar de questões de saúde e desafios de mobilidade, mas também há problemas sociais e financeiros que comprometem a qualidade de vida. Somos seres diferentes uns dos outros, mais velhos ou mais novos. 

Nem melhor, nem pior, trata-se apenas de pessoas mais velhas que a maioria da população, pelo menos por enquanto. Eles vivem como desejam ou como a vida lhes permite, optando ou não pela prática esportiva, como ocorre em outras etapas da vida. É preciso resistir ao impulso de generalizar ou infantilizar, cerceando a autonomia e independência de quem já viveu tanto.