O assédio contra mulheres tem dominando o noticiário nos últimos meses. Ele se apresenta de diferentes formas, seja no esporte, no entretenimento ou em ambientes de trabalho, por exemplo.

No início do ano fomos surpreendidos pela denúncia contra o jogador Daniel Alves, que está preso na Espanha acusado de estuprar uma jovem no banheiro de uma casa noturna. Anteontem, dois participantes do reality show Big Brother Brasil, exibido pela Rede Globo, foram expulsos do programa e são investigados por importunação sexual contra uma mulher mexicana que participava da atração.

Ainda no esporte, o Brasil acompanha o desenrolar da história que envolve o jogador Robinho, condenado a prisão pela Justiça da Itália por participar de um estupro coletivo, mas que ainda não cumpriu sua pena ainda por estar no Brasil e não ter sido extraditado.

Os abusos, mais leves ou mais graves, estão em todos os lugares, sejam eles mais explícitos ou mais disfarçados, como uma passada de mão que pode parecer "inofensiva". Somente na região, 28 mulheres foram estupradas em janeiro, ou seja, praticamente um caso por dia, sendo que 20 desses crimes foram contra menores de 14 anos.

A realidade do assédio e do abuso está muito próxima. Todas as mulheres já sofreram com algum tipo de comportamento constrangedor partindo de um homem, já foram expostas de alguma maneira, seja com uma cantada grosseira, com um comentário envolvendo seu corpo, sendo obrigadas a fazer algo que não querem ou sendo vítimas de crimes graves, como estupro.

O fato de termos essas situações sendo cada vez mais divulgadas e debatidas pela sociedade, e não escondidas e ignoradas como antigamente, já é um avanço, mas ainda é preciso muito mais. Precisamos de políticas públicas que garantam a segurança da mulher, para que as mesmas se sintam seguras para denunciar.

Também precisamos de penas mais duras contra assédios, abusos e crimes. O corpo feminino pertence somente a mulher, não deve ser objetificado ou violado. Ninguém tem esse direito e o mesmo precisa ser respeitado.