Assunto recorrente dos últimos dias a intensidade das chuvas desde o fim de janeiro geram preocupação, transtornos e ontem (23) também deslizamentos nas cidades da região, que pode ter levado a óbito um homem que estava dormindo, quando um barranco cedeu e atingiu três casas na Vila São Paulo, em Ferraz de Vasconcelos. Até o fechamento da edição, equipes trabalhavam no resgate. E neste cenário, a região continua com três cidades em situação de emergência, incluindo a própria Ferraz, como também Mogi das  Cruzes e Itaquaquecetuba. 

Não há mistério sobre as áreas de risco nos municípios, mas a previsão do tempo parece estar surpreendendo às autoridades. Os alagamentos são comuns e tem atingido diferentes pontos das cidades, desde a área central aos bairros mais periféricos. Em Suzano, trechos da rodovia Índio-Tibiriçá alagaram com as chuvas da última terça-feira e voltaram ser tomados pela água com os temporais de ontem.

Voltamos a salientar como é fundamental dar atenção às mudanças climáticas, aos eventos extremos que temos presenciado, com dias de calor intenso, superando marcas de anos anteriores, e de temporais fora do comum até mesmo para essa época do ano, quando aguardamos as águas de março para encerrarem o verão. Precisamos rever nossa relação com a natureza, com as questões climáticas.

O monitoramento e o trabalho conjunto de diferentes frentes do poder público e de concessionárias de serviços, iniciado em dezembro com a Operação Verão em diversas cidades e com apoio do governo estadual, parece não estar sendo suficiente para evitar prejuízos e possíveis tragédias como a vida que pode ter se perdido em Ferraz, e as dezenas que se foram no Litoral Norte do Estado. É preciso uma operação que se estenda ao longo do ano para melhorar a drenagem nas cidades, iniciar uma política habitacional que tire famílias de áreas de risco, entre outras ações possíveis.

É hora de contabilizar os estragos, iniciar a recuperação das áreas atingidas pelos temporais e principalmente traçar planos para o futuro.