Assim com as mulheres tiveram seu mês de incentivo ao cuidado e prevenção, especialmente em relação ao câncer de mama, com a campanha Outubro Rosa, os homens agora são encorajados ao autocuidado com a campanha Novembro Azul, também com foco em um dos cânceres mais comuns entre homens, o de próstata.
A campanha faz referência ao Dia Mundial da Câncer da Próstata, no dia 17 de novembro. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2018 e 2019, foram mais de 68 mil novos casos diagnosticados e cerca de 15 mil mortes/ano em decorrência da doença.
Mesmo diante de números tão significativos, são poucos os homens, que assim como as mulheres, têm na sua rotina a realização de exames e consultas. E é esse cuidado que contribui para o diagnóstico precoce e a melhoria da qualidade de vida. Como diz o lema de uma das campanhas referente ao mês: "Vergonha é não se cuidar".
É preciso que haja conscientização da necessidade do acompanhamento médico, como forma de promoção e prevenção da saúde, o que deveria começar nas unidades básicas de atendimento, mas por vezes há obstáculos na alta demanda, frente ao baixo número de profissionais especializados.
As unidades de saúde geralmente contam com pediatra, clínico geral e ginecologista. E no caso dos homens, é o clínico que dará o devido encaminhamento para exames e especialidades que forem necessárias. Porém, isso pode demorar meses, levar a uma peregrinação por diferentes serviços, o que aumenta a resistência de homens na busca por atendimento médico, mesmo com os serviços diferenciados oferecidos no Novembro Azul. A melhoria do serviço público de saúde é parte fundamental para aumentar a adesão ao acompanhamento rotineiro.
A conscientização da necessidade do autocuidado também é parte desse processo, pois não se trata apenas do cuidado médico em si, é preciso que homem, como também as mulheres, encontrem tempo em sua rotina para cuidados com a saúde mental e a prática de atividade física. Cuidado tem que ser exigido do poder público e de nós mesmos.