Enquanto nós ainda nos encantarmos com as crianças, existirá uma esperança de um mundo melhor. Enquanto toda a maldade e ganância for deixada de lado para se cuidar de um filho, de um bebê, podemos acreditar em mudar o futuro. Mas quando o homem já não se sensibiliza com a dor de um pai ou de uma mãe que perde seu bebê, então temos que rever todos os conceitos. Infelizmente, hospitais e delegacias da região registram cenas e dramas como este, em que pessoas parecem não ter qualquer tipo de sentimento por um recém-nascido.
Nas últimas semanas, a equipe de reportagem do Grupo Mogi News apurou pelo menos três casos de fetos ou bebês abandonados em cidades do Alto Tietê. Dois deles foram encontrados jogados na lixeixa e um terceiro, pasmem, dentro de um congelador. Tamanha atrocidade e falta de amor chocaram leitores e moradores da região.
Onde estão os erros? Na estrutura da família, na falta de conhecimento, falta de religião, de bom senso, de bondade? Essas mães sofreram traumas na infância que as fizeram perder os sentimentos maternos? Um trabalho difícil para psicólogos, psiquiatras e investigadores.
Sim, a polícia também investiga estes casos obscuros, pois está no Código Penal que o abandono de um bebe é crime. Está lá, no artigo 134, com penas de até dois anos. Porém, não são apenas estas ocorrências que intrigam a mente dos nossos leitores, mas casos em que o drama transcorre dentro de um hospital.
Hoje, o Grupo Mogi News destaca uma reportagem em que um bebê morreu na Santa Casa de Suzano. O que mais chamou a atenção é que um médico é acusado de abandonar a sala de parto após uma discussão com o pai da criança. O parto teria sido feito por enfermeiros sob a supervisão de um pediatra que apareceu no local, mas que apenas sugeriu procedimentos. O caso está sendo investigado na delegacia central de Suzano e o médico deverá ser chamado para explicar porque abandou a grávida minutos antes dela parir o filho, que infelizmente, não sobreviveu.
Diante de tantas notícias tristes, tentamos entender porque uma discussão vale mais do que a vida de um bebê. Ou ainda porque algumas mães chegam ao ponto de cometer a insanidade de jogar o próprio filho no lixo.
Depois de criarmos uma delegacia de entorpecentes e a delegacia especializada na mulher, parece que teremos que inventar uma delegacia dos bebês, para dar conta de tantos crimes cometidos contra pessoas que nem mesmo chegaram a nascer.