A deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG), mulher do prefeito da cidade mineira de Montes Claros, Ruy Muniz, preso anteontem, em Brasília, pela Polícia Federal, reiterou ontem o elogio que fez ao marido no domingo, ao declarar voto favorável à admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, a parlamentar disse que Ruy Muniz era "exemplo de gestor".
Em nota divulgada pela liderança do PSD, a deputada argumentou que não há razões jurídicas para a prisão preventiva do marido, durante a Operação Máscara da Sanidade 2. "Reitero cada uma das palavras ditas no dia 17 de abril, durante a votação para aceitar o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. Montes Claros tem um gestor íntegro, ético e que preza pela transparência das suas ações", diz trecho da nota.
Para a deputada mineira, a investigação da Polícia Federal é motivada por "razões de outras ordens" e "não republicanas". Para ela, a prisão foi desnecessária por não haver risco à ordem pública, perigo de fuga e indício de obstrução da justiça. "O meu marido, ao contrário do que está sendo amplamente noticiado, não teve a prisão decretada por motivos de corrupção e quem teve o senso ético de buscar a verdadeira motivação na decisão judicial pode verificar isto".
Declarando-se uma "pessoa de bem", a deputada Raquel Muniz disse estar à disposição da Justiça e da sociedade para fazer os esclarecimentos necessários. "Sou mulher de fé e permaneço acreditando na Justiça", afirmou na nota.
A Operação Máscara da Sanidade 2 investiga crimes de falsidade ideológica, dispensa indevida de licitação pública, estelionato, prevaricação e peculato.
As investigações mostram que o acusado, direta e indiretamente, pretendia inviabilizar a existência e o funcionamento dos hospitais públicos e filantrópicos de Montes Claros que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para favorecer hospital particular pertencente e gerido pelo prefeito e parentes dele. (A.B.)