A presidente Dilma Rousseff decidiu aceitar o pedido de demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele será substituído pelo ex-procurador-geral da Justiça da Bahia, Wellington César Lima e Silva. Cardozo não deixará o governo, já que assumirá a Advocacia-Geral da União (AGU). As mudanças foram confirmadas em nota oficial, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Há algumas semanas, o atual advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, vinha manifestando a intenção de deixar o governo para dar andamento a projetos pessoais.
O governo anunciou também que Luiz Navarro de Brito será o novo ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU). Navarro já foi secretário-executivo da CGU. Após a saída de Valdir Simão do órgão, para chefiar o Ministério do Planejamento, quem ocupava interinamente o cargo era Carlos Higino, que antes estava na secretaria executiva da pasta.
Troca
Esta não é a primeira vez que o ministro da Justiça manifesta a intenção de deixar o governo, alegando "fadiga de material". A decisão final sobre a sua saída foi tomada na manhã de ontem, em reunião de Dilma e Cardozo com os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini. A presidente, então, convidou-o para a Advocacia-Geral da União.
Segundo um interlocutor do Palácio do Planalto, a solução foi uma boa saída, pois era necessário manter alguém já familiarizado com as principais dificuldades que o governo enfrenta no momento, em relação às defesas de Dilma no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF), quanto ao processo de impeachment, e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por conta do processo que pede a cassação do mandato dela e do vice-presidente Michel Temer.
As conversas sobre a ida de Wellington César Lima e Silva para o governo começaram na semana passada, quando ele esteve no Palácio do Planalto e se reuniu com o ministro Jaques Wagner, que foi governador da Bahia e conhece Welington. No início da tarde de ontem, Silva embarcou de Salvador com destino a Brasília, para conversar pessoalmente com Dilma.
Em nota oficial, a presidente Dilma informou as mudanças e agradeceu os serviços prestados por todos.